Sensor de baixo custo monitora nível de paracetamol

Por Vivaldo José Breternitz

O consumo de drogas terapêuticas, como analgésicos, antibióticos, antidepressivos e antivirais, cresce em todo o mundo – há uma projeção de gastos globais com essas drogas de US$ 1,8 trilhão até 2026, refletindo o envelhecimento da população e a disseminação de pandemias.

Porém, receitados em doses padronizadas, independentemente do metabolismo, das condições clínicas e de nutrição dos pacientes, esses medicamentos muitas vezes não funcionam como deveriam, o que pode resultar em desperdício ou em efeitos colaterais indesejados. Por esses motivos, cientistas e médicos têm apostado em prescrições personalizadas. Dado esse cenário, a Agência FAPESP noticiou que pesquisadores dos institutos de Física (IFSC) e de Química de São Carlos (IQSC), ambos da Universidade de São Paulo (USP), desenvolveram um dispositivo simples e de baixo custo que rastreia o analgésico paracetamol na saliva e monitora sua ação em tempo real, permitindo correções na dosagem.

Apesar de ser o analgésico mais recomendado para dores suaves pela Organização Mundial da Saúde (OMS), entre os não opioides, o consumo excessivo de paracetamol está associado a problemas hepáticos e renais causados pelo acúmulo de metabólitos tóxicos nesses órgãos; outros efeitos adversos possíveis são sangramento gastrointestinal e anemia.

De acordo com a American Liver Foundation, o paracetamol é o maior causador de insuficiência hepática aguda nos Estados Unidos, responsável por mais de 50% de todos os casos; cerca de 450 mortes ocorrem a cada ano devido a overdoses associadas do medicamento.

Como o número real de problemas de saúde e internações é certamente maior, especialistas alertam para que um médico seja sempre consultado antes do consumo de qualquer medicamento de venda livre, especialmente se houver histórico de doenças hepáticas ou renais. Também ressaltam a importância de as doses recomendadas serem sempre seguidas.

O dispositivo, cujo desenvolvimento contou com apoio da FAPESP, é portátil e utiliza sensores baratos, que custam cerca de R$ 0,10 – valor significativamente inferior ao de outros instrumentos usados para o mesmo fim, que muitas vezes são volumosos e requerem pessoal qualificado para sua operação.

A opção de usar amostras de saliva também traz vantagens, como facilidade de coleta; seu uso, como o de outros fluidos corporais não invasivos (suor e lágrima, por exemplo) vem aumentando no monitoramento de medicamentos terapêuticos, especialmente em função de seu baixo custo em relação à coleta, armazenamento, transporte, processamento e análise de sangue, que precisam contar com laboratórios especializados.

A tecnologia desenvolvida na USP já pode ser transferida para empresa interessada em lançá-la no mercado; enquanto isso não ocorre, os pesquisadores estão trabalhando no aperfeiçoamento do dispositivo que criaram.


*Vivaldo José Breternitz é Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.

Damos valor à sua privacidade

Nós e os nossos parceiros armazenamos ou acedemos a informações dos dispositivos, tais como cookies, e processamos dados pessoais, tais como identificadores exclusivos e informações padrão enviadas pelos dispositivos, para as finalidades descritas abaixo. Poderá clicar para consentir o processamento por nossa parte e pela parte dos nossos parceiros para tais finalidades. Em alternativa, poderá clicar para recusar o consentimento, ou aceder a informações mais pormenorizadas e alterar as suas preferências antes de dar consentimento. As suas preferências serão aplicadas apenas a este website.

Cookies estritamente necessários

Estes cookies são necessários para que o website funcione e não podem ser desligados nos nossos sistemas. Normalmente, eles só são configurados em resposta a ações levadas a cabo por si e que correspondem a uma solicitação de serviços, tais como definir as suas preferências de privacidade, iniciar sessão ou preencher formulários. Pode configurar o seu navegador para bloquear ou alertá-lo(a) sobre esses cookies, mas algumas partes do website não funcionarão. Estes cookies não armazenam qualquer informação pessoal identificável.

Cookies de desempenho

Estes cookies permitem-nos contar visitas e fontes de tráfego, para que possamos medir e melhorar o desempenho do nosso website. Eles ajudam-nos a saber quais são as páginas mais e menos populares e a ver como os visitantes se movimentam pelo website. Todas as informações recolhidas por estes cookies são agregadas e, por conseguinte, anónimas. Se não permitir estes cookies, não saberemos quando visitou o nosso site.

Cookies de funcionalidade

Estes cookies permitem que o site forneça uma funcionalidade e personalização melhoradas. Podem ser estabelecidos por nós ou por fornecedores externos cujos serviços adicionámos às nossas páginas. Se não permitir estes cookies algumas destas funcionalidades, ou mesmo todas, podem não atuar corretamente.

Cookies de publicidade

Estes cookies podem ser estabelecidos através do nosso site pelos nossos parceiros de publicidade. Podem ser usados por essas empresas para construir um perfil sobre os seus interesses e mostrar-lhe anúncios relevantes em outros websites. Eles não armazenam diretamente informações pessoais, mas são baseados na identificação exclusiva do seu navegador e dispositivo de internet. Se não permitir estes cookies, terá menos publicidade direcionada.

Visite as nossas páginas de Políticas de privacidade e Termos e condições.

Importante: A Medicina S/A usa cookies para personalizar conteúdo e anúncios, para melhorar sua experiência em nosso site. Ao continuar, você aceitará o uso. Veja nossa Política de Privacidade.