Segurança do Paciente: dados, transparência e comunicação

Por Paula Tuma

A segurança do paciente é um dos pilares fundamentais da assistência em saúde de excelência. No Einstein, essa premissa é mais do que um compromisso institucional — é uma estratégia sustentada por uma cultura organizacional madura, orientada por dados, transparência e comunicação estruturada.

Essa trajetória é marcada pelo pioneirismo: da certificação ISO 9001, em 1994, à acreditação pela Joint Commission International (JCI), em 1999 — a primeira concedida a um hospital fora dos Estados Unidos —, o Einstein mantém alinhamento com os mais altos padrões internacionais.

Nos últimos anos, essa abordagem tornou-se ainda mais orientada por dados. A mensuração contínua de indicadores de qualidade, segurança e desfechos clínicos — incluindo os PROMs, reportados pelos próprios pacientes — passou a ser central para a tomada de decisões e melhoria contínua. A relevância dos PROMs é tamanha que a Newsweek, em seu respeitado ranking global de melhores hospitais, passou a dar maior peso a esse critério – e, ao obter a pontuação máxima, o Einstein alcançou o 22º lugar entre os melhores do mundo em 2025.

A formalização do Núcleo de Avaliação de Cuidados em Saúde (NAVS) e a criação do Escritório de Valor em 2017 são exemplos claros dessa virada estratégica. O Escritório de Valor, em particular, atua de forma integrada à Divisão de Prática Médica, desenvolvendo indicadores e dashboards para monitoramento da performance médica e assistencial, sistematizando iniciativas que evidenciam a entrega de valor e fornecendo suporte técnico para análises de impacto clínico e econômico. Já a parceria com o Núcleo de Avaliação de Tecnologias em Saúde (NATS) garante que a incorporação de novas tecnologias esteja alinhada à efetividade clínica e ao cuidado centrado no paciente.

Um dos pilares fundamentais para a segurança do paciente é a comunicação eficaz, especialmente durante as transições de cuidado, conhecidas como handover communication. Sabemos que a falha na comunicação é uma das principais causas de eventos adversos em saúde, reconhecendo essa criticidade, implementamos estratégias para mitigar os riscos.

Um exemplo é o monitoramento da “taxa de conformidade no processo de passagem de plantão”, que verifica o percentual de profissionais que realizam o processo entre turnos e entre áreas, garantindo a comunicação de informações fundamentais de forma padronizada, utilizando o método I-PASS. Essa padronização é crucial para evitar a perda de informações vitais sobre o paciente, seu histórico, medicações e plano de tratamento.

Outro indicador chave é a “taxa de conformidade na comunicação de resultado crítico”. O Einstein verifica se o enfermeiro descreve o processo de comunicação de resultados críticos de exames laboratoriais, se o radiologista descreve o processo de comunicação de resultados de pânico de exames de imagem, e se o laboratório comunica o resultado crítico em até 1 hora, com registro da conduta em prontuário. A agilidade e a precisão nessa comunicação são vitais para intervenções rápidas e seguras.

Já a “taxa de conformidade no processo de ordem verbal e telefônica” assegura que as ordens verbais sejam permitidas apenas em situações de urgência e emergência, e que as ordens telefônicas sigam um processo de registro, releitura e confirmação (read-back). Isso minimiza erros de interpretação e garante a rastreabilidade das informações.

Os indicadores clínicos refletem diretamente o impacto das práticas de segurança. A taxa de infecção de sítio cirúrgico em cirurgia limpa é de apenas 0,42%, e a densidade de incidência de infecção de corrente sanguínea associada a um cateter venoso central é de 0,25 — ambas inferiores às referências da literatura médica. Já na Anestesiologia, a taxa de infarto agudo do miocárdio no intraoperatório é de apenas 0,002%. Esses resultados são continuamente comparados com benchmarks internacionais, evidenciando o compromisso com a minimização de complicações e a entrega de valor assistencial.

A Pesquisa de Cultura de Segurança, aplicada bienalmente, reforça a solidez do sistema. Em 2023, pela primeira vez, 50% dos domínios foram classificados como fortes, e nenhum foi considerado frágil — superando a média dos hospitais americanos em seis domínios. Isso revela uma cultura organizacional resiliente, proativa e orientada ao aprendizado contínuo, com a comunicação como elemento central.

O futuro da segurança do paciente passa pela incorporação de tecnologias como robótica, inteligência artificial e patologia digital, além da expansão do Programa de Pertinência do Cuidado e da busca por acreditações internacionais focadas em condições clínicas. A equidade no acesso também é prioridade, com iniciativas como o Cuidado Integrado Acessível e o uso de dados para monitoramento de condições crônicas na atenção primária, inclusive no SUS.

A comunicação eficaz — presente desde o diagnóstico até o pós-alta — é o elo que conecta profissionais, sistemas e decisões, garantindo que o cuidado seja seguro, oportuno e centrado na pessoa. Com esse olhar para o futuro, o Einstein reafirma seu compromisso com a promoção de vidas mais saudáveis e com a evolução contínua do sistema de saúde.


*Paula Tuma é diretora de Qualidade e Segurança do Einstein Hospital Israelita.

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