Saúde Digital Brasil cria novo grupo de trabalho de Telenfermagem
A Saúde Digital Brasil, associação que reúne players de saúde digital do país, criou o grupo de trabalho de telenfermagem. O objetivo é estabelecer melhores práticas e condutas para a atuação dos profissionais de enfermagem no âmbito digital.
“A criação do grupo representa um passo significativo para integrar o time de enfermagem de forma mais proativa na telessaúde, promovendo uma maior colaboração entre profissionais de saúde e melhorando e tornando ainda mais segura e satisfatória a jornada do paciente. Essa iniciativa é essencial não apenas para desafogar o sistema de saúde, mas também garantir um atendimento mais acessível e eficaz para todos. No mais, esse grupo reforça a relevância da atuação do time de enfermagem na saúde digital e o nosso comprometimento em atuar no setor amplamente, mas olhando para as especificidades e necessidade de cada categoria profissional na saúde digital”, reforça Michele Alves, gerente executiva da SDB.
De acordo com a entidade, a formação deste grupo é uma iniciativa crucial para a expansão do conhecimento e a quebra de paradigmas arraigados na cultura de saúde brasileira, que ainda é fortemente médico-centrada. O grupo tem como um dos seus objetivos promover o protagonismo dos enfermeiros na saúde digital, semelhante ao que ocorre na saúde pública no Brasil e no mundo.
De acordo com Tassiana Bernardes, coordenadora do GT de Telenfermagem, a criação desse grupo é também fundamental para fortalecer a implementação e a qualidade dos serviços de saúde oferecidos. “Um GT bem estruturado promove a integração de diversas especialidades, incentivando a inovação e a eficiência nos processos. No contexto da Saúde Digital, poderá acelerar a adoção de novas tecnologias, aprimorar a capacitação profissional e garantir a entrega de um atendimento de excelência, beneficiando tanto os profissionais quanto os pacientes. Como primeiros passos, enquanto coordenadora e, em conjunto com o grande grupo, a ideia é realizar um diagnóstico situacional da teleconsulta de enfermagem e assim desenvolver um plano de ação, utilizando das habilidades dos membros do GT, garantindo uma diversidade de perspectivas e expertise”, reforça.
Entre as pautas que serão abordadas e tratadas pelo GT estão as atribuições dos enfermeiros frente à telenfermagem e esclarecimento de sua atuação e papéis na jornada do paciente nos meios digitais. “Estima-se que, na saúde digital, no âmbito ambulatorial, entre 50 a 60% dos atendimentos poderiam ser realizados exclusivamente por enfermeiros, inclusive com o respaldo e regulamentação legal do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e os Conselhos Regionais de Enfermagem (Coren) para prescrição de medicamentos, de acordo com protocolos clínicos da instituição de saúde nas quais atuam. Mas, na prática isso ainda não acontece e esse é um dos pontos que pretendemos trabalhar”, ressalta Glaucia Duarte, vice-coordenadora do GT de Telenfermagem.
Telenfermagem
Entre outros benefícios, a implementação eficaz da Telenfermagem pode melhorar a sustentabilidade do sistema de saúde, garantindo atendimento de qualidade e assertividade, enquanto desafoga a alta complexidade ao direcionar os recursos corretamente. O papel do grupo de trabalho será ser um facilitador dessas informações e um canal de divulgação dos conteúdos, promovendo a saúde digital como uma ferramenta essencial na atenção primária e básica.
O GT também focará em questões de promoção e prevenção, com o apoio fundamental dos enfermeiros, sempre fomentando as boas práticas e a utilização de protocolos e indicadores de resultado. O objetivo é fomentar a saúde digital como um elemento chave no cuidado à saúde, focando nas linhas de cuidado e trabalhando na prevenção de doenças. Com essa abordagem, busca-se não apenas cuidar da doença, mas promover a saúde, oferecendo um atendimento integral e contínuo ao paciente.
