Desconhecimento da população exige mais especialização de profissionais sobre diabetes
No início de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) elegeu a evolução no tratamento de doenças crônicas não transmissíveis, como o diabetes, como uma de suas prioridades para o ano. No Brasil, são 12 milhões de pessoas adultas portadoras da doença, e 14 milhões pessoas com pré-diabetes. É também uma das maiores causas de morte no país entre os maiores de 60 anos. Sendo assim, instituições de ensino como o Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein já oferecem oportunidades para profissionais de saúde se especializarem cada vez mais no assunto.
“Os profissionais de saúde devem estar preparados para reconhecer os pacientes com fatores de risco para diabetes, já que se trata de uma patologia tão prevalente na nossa população, com incidência crescente e de grande impacto em produtividade e qualidade de vida.” Diz Adriana Martins Fernandes, endocrinologista especialista em diabetes da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. “É importante estar apto a orientar medidas preventivas como atividade física regular e dieta adequada, indicar a investigação diagnóstica quando necessário, motivar mudanças de estilo de vida e encaminhar ao especialista se for o caso”, completa.
Entre as complexidades que envolvem o diabetes está o fato de ser uma doença que não apresenta sintomas claros e pode passar silenciosamente pelos seus primeiros estágios. A relação com outras complicações de saúde também é alta, como problemas cardiovasculares ou nos rins. Estes, inclusive, já podem se manifestar ainda no pré-diabetes.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes, quase metade dos portadores não sabem que possuem a doença. E é aí que entra a missão do profissional de saúde em disseminar a conscientização sobre o tema para seus pacientes, já que o diagnóstico pode vir através dos sintomas de outras complicações e que cuidados diários podem evitar complicações mais graves da doença. “Na ausência de sintomas, frequentemente o diabetes não é percebido como uma doença potencialmente grave pelos pacientes. Combater a desinformação e prevenir as complicações é uma das tarefas mais importantes em uma consulta com um profissional adequado”, afirma Dra. Adriana.
O número de diabéticos no Brasil cresceu 61,8% em 10 anos entre 2006 e 2016, e a tendência de crescimento da doença é observada em um fluxo mundial, influenciada por fatores como o envelhecimento da população, mudanças dos hábitos alimentares e prática de atividade física. Na condição de doença crônica e, por enquanto, sem cura, as pesquisas seguem em evolução, e devido às dificuldades atuais em realizar o diagnóstico precoce e as mudanças no perfil sócio demográfico, ainda serão necessários muitos especialistas no assunto.