O papel da saúde ocular no envelhecimento saudável
Por Naiana Cunha
Nossa visão é um recurso indispensável, e o debate sobre ela ganha cada vez mais relevância, especialmente diante do envelhecimento populacional. Em 2030, uma em cada seis pessoas no mundo terá mais de 60 anos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Com os brasileiros vivendo mais e convivendo também com doenças crônicas, como diabetes, que pode afetar diretamente a visão, a ampliação da oferta de serviços na área, cada vez mais personalizada, ganha corpo.
Na saúde suplementar, entre 2019 e 2023, os exames de retina saltaram de 4,1 milhões para 7 milhões, um crescimento de quase 70% na demanda entre beneficiários. Os dados são de um estudo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).
Por trás dos números, é possível perceber que redes assistenciais têm investido mais em cuidado oftalmológico para ampliar o acesso especializado. Esse investimento é uma resposta à necessidade de prevenir e tratar doenças oculares. Afinal, envelhecer de maneira saudável também passa pela autonomia por uma boa visão.
Numa era em que mais de 2,2 bilhões de pessoas vivem com cegueira ou deficiência visual no mundo, ainda de acordo com dados da OMS, e metade dessas condições poderia ser evitada ou tratada, a detecção precoce ganha peso ainda maior. E, embora o envelhecimento seja o grande motor dessa demanda, hábitos modernos, como o excesso diante das telas, também contribuem para o aumento de queixas visuais.
A prevenção de doenças oculares tem contado, especialmente, com o apoio da tecnologia. Ela garante diagnósticos mais ágeis e precisos, com o conforto de que o paciente precisa, além de oferecer suporte essencial às equipes na realização de diversos procedimentos e pequenas cirurgias.
Exames que antes levavam tempo e exigiam manobras invasivas, ou mesmo outros recursos, como o laser usado para prevenir e tratar o glaucoma, que pareciam distantes da rotina, já fazem parte do dia a dia. De maneira integrada com especialistas, prezando o relacionamento entre médico e paciente, é possível obter resultados mais eficazes do que víamos antes na medicina dos olhos.
Isso nos faz refletir que investir em cuidado ocular de excelência é também garantir autonomia e qualidade de vida para milhões de pessoas.
*Naiana Cunha é diretora de Governança Clínica da Rede Total Care.