Desafios para alcançar sistemas de saúde mais acessíveis
Por Aníbal Krivoy
Dia 7 de abril é celebrado o Dia Mundial da Saúde e este ano a OMS (Organização Mundial da Saúde) escolheu como tema “Nosso planeta, nossa saúde”. A ideia da instituição é propor uma reflexão sobre os desafios do setor para alcançar um sistema de saúde mais acessível na América Latina e como a tecnologia é capaz de assumir o papel transformador no propósito de garantir a saúde como um direito universal, destacando a importância do cuidado com o nosso planeta.
Apesar de todos nós termos atravessado tempos de crise (e frente a um contexto adverso nos últimos anos), destaco como primeira grande conquista a construção de um novo olhar coletivo sobre a saúde, onde se deve entender não só como um direito global, como também uma estratégia sanitária, democratizada e sem fronteiras.
Uma outra conquista é a consolidação da tecnologia como uma ferramenta importantíssima de gestão da saúde. Por um lado para conceder acesso de forma remota e única a população, e por outro para organizar, coletar e analisar informação, facilitando e ampliando a análise para tomada de decisões.
Em um momento de crise na saúde, a tecnologia interveio com soluções concretas para poder seguir prestando atendimento, resultando em uma experiência que lançou base para um processo de ordem e de capitalização das ferramentas tecnológicas do setor.
Essa situação forçou o uso de soluções tecnológicas que já existiam, mas que eram de resistência cultural ou apresentavam dificuldade de implementação, já que na saúde todos os envolvidos têm suas particularidades e às vezes é difícil encontrar um equilíbrio entre os interesses. Este passo foi acompanhado também por um novo perfil de paciente, com novas demandas e necessidades.
Sobre a temática definida pela OMS para este ano, “Nosso planeta, nossa saúde”, ela reflete sobre a necessidade de um despertar de consciência sobre a responsabilidade que tem os seres humanos nas ações que afetam a saúde do nosso planeta. Em contrapartida, também reflete o grande potencial que a telemedicina tem na luta contra as mudanças climáticas e como as ferramentas digitais aplicadas à saúde podem ser um recurso chave e estratégico nas políticas do meio ambiente. Isso porque os seus benefícios não envolvem apenas economia de tempo, mas também de energia, insumos (como papel e combustível, com uma clara diminuição de CO2 na atmosfera), contribuindo com o cuidado do nosso planeta e redução da pegada de carbono.
Com base em tudo isso, acredito que é preciso promover e implementar soluções que contribuam para melhorar o acesso à saúde, trabalhando desde a prevenção aos cuidados contínuos, com estratégias que contribuem verdadeiramente para o cuidado do nosso planeta.
*Aníbal Krivoy é diretor Médico da DOC24.