Acreditação: integrando processos em instituições de saúde
Por Rubens Covello
Vivemos em uma era em que a qualidade e a segurança do paciente são imperativos incontestáveis. Por conseguinte, a Acreditação emerge como um ponto fundamental para a integração eficiente dos processos nas instituições de saúde.
A Acreditação não é um certificado de aprovação, é um compromisso com a excelência contínua. Ao adotar os padrões e processos estabelecidos, as instituições de saúde se comprometem com a melhoria constante de seus processos, promovendo uma cultura de segurança, qualidade e eficiência. Este compromisso não só eleva os padrões de cuidados aos pacientes, mas também fortalece a gestão e governança interna, garantindo uma operação mais integrada e eficaz.
Uma das principais vantagens dos Programas de Acreditação é a sua capacidade de alinhar e integrar os diferentes departamentos, serviços e profissionais dentro de uma instituição de saúde. Ao aderir aos padrões de Acreditação, os processos tornam-se mais concretos e transparentes, facilitando a comunicação e a colaboração entre as equipes multidisciplinares. Isso resulta em uma prestação de cuidados mais coordenada e centrada no paciente, onde todas as partes envolvidas trabalham em conjunto e em prol de um objetivo comum: a segurança fundamentada na experiência do paciente.
A Acreditação, também, desempenha um papel fundamental na otimização dos processos de gestão de riscos e na prevenção de erros e eventos adversos. Ao implementar protocolos e diretrizes específicas, as instituições de saúde podem identificar e corrigir potenciais falhas, antes que elas impactem os pacientes. Esse procedimento não só fortalece a segurança do paciente, mas também economiza recursos ao evitar custos associados a complicações evitáveis.
No entanto, para que a Acreditação alcance o seu potencial como uma chave para integração dos processos das instituições de saúde, é imprescindível que haja um compromisso genuíno por parte da liderança e de todos os membros das equipes da instituição com o processo e sua implementação. A busca pela excelência não pode ser apenas uma formalidade; deve ser uma cultura que permeia toda a organização.
Para tal é necessário:
- Compreender a cultura da organização.
- Formar equipes preparadas e competentes.
- Tornar a gestão da segurança e experiência do paciente em uma diretriz estratégica.
- Gerenciar a experiência dos colaboradores e do corpo clínico em relação à qualidade assistencial.
- Fornecer serviços seguros e eficazes.
- Implementar a gestão de boas práticas.
- Adotar instrumentos de avaliação e performance.
- Manter ciclos de melhoria, monitoramento da qualidade.
A Acreditação, como gestão integral de processos de qualidade, deve estar ancorada na alta administração e na liderança das organizações de saúde, tendo como prioridade o paciente/pessoa no centro das decisões. Para alcançar esse objetivo, é necessário compreender a cultura da organização, desenvolver equipes competentes e de alta performance, estabelecer a gestão de segurança e experiência como uma diretriz institucional; garantir a prestação de serviços seguros, eficazes e humanizados, mantendo ciclos de melhoria contínuas e monitorando a qualidade e assistência por meio de indicadores de performance e de desfecho.
O propósito desta gestão integral com o processo de Acreditação é a de diminuir os eventos adversos, melhorar a qualidade assistencial e dar sustentabilidade ao sistema de saúde, trabalhando o ser e o fazer institucional.
*Rubens Covello é fundador, sócio e CEO da QGA (Quality Global Alliance) e co-fundador e vice-presidente do CBEXs – Colégio Brasileiro de Executivos da Saúde.