Primeiro implante no Brasil de dispositivo cardíaco com tecnologia Bluetooth
Um paciente com insuficiência cardíaca recebeu o primeiro implante de um cardiodesfibrilador associado a ressincronizador cardíaco com tecnologia Bluetooth no Brasil. O procedimento aconteceu no Hospital Santa Isabel (Rede Santa Catarina), em Blumenau, e foi realizado pela equipe de cirurgiões cardiovasculares coordenada pelo Eduardo Moeller Mota.
Este aparelho ajusta eletronicamente os batimentos do coração e auxilia no tratamento da insuficiência cardíaca, além de identificar e tratar arritmias cardíacas graves que possam colocar em risco a vida do paciente por provocar uma parada cardíaca. De acordo com Eduardo, esta cirurgia é realizada com frequência, mas a principal e maior novidade é a conexão via Bluetooth. Até então, a tecnologia disponível exigia que o paciente possuísse um dispositivo em sua casa para sincronizar o desfibrilador e enviar as informações do aparelho para uma central, e esta encaminhava para o médico. Agora, este novo aparelho realiza a comunicação diretamente através de um aplicativo instalado em um smarthphone, gerando extrema agilidade na transmissão da informação.
O aparelho da fabricante norte americana ABBOTT, chamado Neutrino NxT, é implantado no tórax, abaixo da clavícula, e três eletrodos são posicionados dentro do coração através da veia subclávia – dois no lado direito e um no lado esquerdo do coração. O Neutrino NxT regula, através destes eletrodos, os batimentos cardíacos e ajusta a melhor forma de contração do coração para auxiliar no tratamento da insuficiência cardíaca. Através da comunicação via Bluetooth, o médico pode ser informado de algum evento arrítmico que aconteça com o coração e pode agir com brevidade para evitar danos maiores. O aplicativo transmite o status e as informações do dispositivo de forma criptografada, garantindo extrema segurança uma vez que o acesso aos dados é feito somente por pessoas autorizadas.
É importante esclarecer que esta tecnologia não substitui o acompanhamento do especialista. “Todos os pacientes portadores de dispositivos cardíacos eletrônicos implantados precisam de acompanhamento. A revisão médica periódica é fundamental para verificar e confirmar o correto funcionamento, otimizar todos os recursos disponíveis e garantir a excelência nos resultados, gerando uma melhor qualidade de vida” explica Eduardo.