Robô é usado na reabilitação de pacientes com AVC
Uma das possíveis sequelas do AVC é a perda de movimentos; pesquisadores do Departamento de Engenharia Aeronáutica da Escola de Engenharia de São Carlos e do Departamento de Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto desenvolveram um robô para auxiliar na reabilitação dos movimentos do punho. O equipamento é similar a um videogame, no qual o paciente é estimulado a mover uma alavanca para atingir objetivos no jogo. Com início em 2006, o dispositivo só começou a ser testado 11 anos depois.
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a segunda maior causa de morte no Brasil. A doença é uma paralisia cerebral provocada pela falta de sangue em alguma região do cérebro. Segundo dados do Ministério da Saúde, a cada cinco minutos um brasileiro morre de AVC e os sobreviventes, frequentemente, ficam com sequelas, como dificuldade para realizar alguns movimentos. Pensando na reabilitação desses pacientes, pesquisadores da USP desenvolveram um robô para atuar como assistente do médico durante o tratamento.
O pesquisador Glauco Caurin, do Departamento de Engenharia Aeronáutica da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, explica que o equipamento é parecido com um videogame, isto é, possui uma alavanca que o paciente usa para mover o seu personagem no jogo. “Ele [o jogo] tem um alvo que leva o paciente a ter interesse, motivação de mexer o punho. Neste jogo temos um esquilo que está buscando frutas que estão caindo de uma árvore. O jogador desloca o personagem para agarrar a fruta”, discorre Caurin sobre o funcionamento do robô, e acrescenta: “Essa ideia motiva o paciente”.
O foco do robô é a recuperação dos movimentos do punho, mas há outros projetos visando a outras partes do corpo. A pesquisadora Valéria Elui, do Departamento de Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, comenta sobre a fase de testes da pesquisa: “O robô foi testado, inicialmente, com pessoas normais, para ver como estava a adequação do funcionamento, já pensando na população-alvo que é quem sofreu AVC”. Valéria explica que, depois dessa fase, foram feitas modificações e o robô seguiu para ser testado em pacientes reais, no Centro de Reabilitação do Hospital das Clínicas (HC) da FMRP.