Robert Janett, da Harvard Medical School, debaterá Atenção Primária
Robert Janett, professor da Harvard Medical School e médico consultor em Atenção Primária nos EUA, América Latina e Ásia, participa no próximo dia 16 de webinar promovido pela AsQ, empresa especializada em serviços de gestão em saúde. O debate, com inscrições gratuitas pelo link, começa às 15h30 e terá ainda a participação de Katia Audi Curci, Coordenadora de Indução à Melhoria da Qualidade Setorial da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e Professora do MBA Saúde Suplementar da Universidade Católica de Petrópolis; de Vilma Dias, Consultora de Atenção Primária e Gestão em Saúde e professora convidada de cursos de especialização, e de André Machado Júnior – CEO da AsQ Gestão de Saúde Suplementar, como mediador. “A intenção é discutir a garantia da qualidade assistencial e identificar meios de conquistar a adesão dos beneficiários ao tratamento, por meio de experiências dos palestrantes”, diz André.
O estabelecimento de uma cultura de valorização da Atenção Primária à Saúde é ponto de partida essencial para a popularização da prática. Janett diz que é essencial estar atento a alguns pontos. Os profissionais da clínica precisam ser treinados para atuar de maneira complementar entre si, com o paciente no centro das atenções. Ao mesmo tempo, os médicos precisam estabelecer com os pacientes relacionamentos próximos e longitudinais (baseados em dados de acompanhamento detalhado feito ao longo dos anos).
As mudanças devem ocorrer também entre os pacientes. Muitas vezes eles chegam ao ambulatório e parecem ter a expectativa de que cada sintoma esteja vinculado a um exame diagnóstico de alta complexidade ou exija o encaminhamento a um especialista. “Eles ficam surpresos ao descobrir que um médico de família bem treinado pode resolver de 80 a 90% desses problemas”, diz Janett.
Além do trabalho multidisciplinar (buscando a interdisciplinaridade) e da qualidade técnica da equipe, a tecnologia é outra ferramenta essencial para o sucesso de serviços de APS. O acompanhamento detalhado dos pacientes ao longo dos anos gera uma grande quantidade de dados que precisam estar disponíveis para a equipe, em cada atendimento, resguardando sempre a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Essas informações, disponibilizadas no momento da consulta, são complementadas pelo diagnóstico de cada situação específica e possibilitam a definição dos cuidados mais adequados. Por isso é importante que cada serviço de APS organize processos de monitoramento constante das pessoas a ele vinculadas, seja a partir dos riscos de adoecimento, ou das doenças crônicas como diabetes, hipertensão, de alguns tipos de câncer e até ações preventivas, como vacinação e exames de rastreamento para cânceres, por exemplo. O acompanhamento periódico dos dados (traduzidos em informações) ajuda na tomada de decisões pela equipe técnica e pode indicar até a necessidade da busca ativa de pacientes.