Renato Deláscio Lopes passa a integrar comitê técnico da MDHealth
O professor e médico cardiologista, Renato Deláscio Lopes, passou a integrar o Comitê Técnico da MDHealth, empresa de educação médica que atua na América Latina. “O conhecimento é uma ferramenta poderosa e, por isso, é de extrema importância que existam projetos visando a capilarização do ensino médico independente. Todos os dias somos bombardeados com notícias falsas em todos os setores, mas com a pandemia as fake news relacionadas à saúde se tornaram ainda mais perigosas”, destaca o médico.
Com uma carreira que inclui os cargos de professor titular da Divisão de Cardiologia da Duke University (EUA) e professor livre docente de Cardiologia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM–UNIFESP), Lopes também é fundador e diretor-executivo do Instituto Brasileiro de Pesquisa Clínica (BCRI). Trabalhando diretamente com educação médica, ao lado de outros pesquisadores, o cardiologista desenvolveu um estudo com mais de 2 mil pacientes de 5 países, incluindo o Brasil, analisados entre junho de 2014 e novembro de 2016. A pesquisa comprovou a sua teoria sobre a importância de levar conhecimento para médicos e pacientes.
Publicado na revista científica The Lancet, em 2017, o ensaio clínico realizado mostrou que uma intervenção educacional multifacetada pode ter impacto direto na prevenção de doenças. “Nosso objetivo foi provar que a educação tem um poder transformador e de fato pode contribuir para diminuir os riscos de problemas graves de saúde. Nesse estudo, focamos no uso apropriado de anticoagulação oral e nos riscos do Acidente Vascular Cerebral (AVC) em pacientes portadores de fibrilação atrial. Em apenas um ano, conseguimos aumentar a taxa de uso de anticoagulantes em mais de 3 vezes, o que foi traduzido em uma redução de 52% nas taxas de AVC e sem aumento significativo de sangramentos”, comenta Lopes.
Segundo o médico é fundamental que o conhecimento seja democratizado e acessível a todos. “Estou me unindo a MDHealth justamente com essa missão, queremos mudar a prática clínica diária garantindo que médicos, pesquisadores e os próprios pacientes e familiares de toda a América Latina possam ter acesso às informações relevantes. Também é fundamental que esse conteúdo seja produzido de forma científica e independente, para que haja isenção de opinião e diversidade de pontos de vista, sem conflitos de interesse”, ressalta o cardiologista.