A remuneração por desfecho e o hospital-dia

Por Denis Szejnfeld

Com avanços tecnológicos surpreendentes a cada dia de um lado e uma democratização da saúde por meio de recursos básicos como vacinas e remédios economicamente acessíveis para doenças comuns, a medicina se desenvolve profundamente em vários níveis na sociedade. Em paralelo a esse tipo de inovação, uma revolução de conceitos também está em curso. Os hospitais-dia são uma nova forma de oferecer tratamento mais eficiente possível, reduzindo o tempo de permanência de internação.

Outro conceito, dessa vez de gestão, está na vanguarda da medicina: o modelo de remuneração por desfecho. Em vez de um atendimento cujo custo é calculado em cima dos procedimentos realizados, é usado outro modelo de saúde com diferentes variáveis, que giram em torno da qualidade do desfecho. É uma forma mais complexa de gestão, mas que pode trazer muitos ganhos ao sistema, desonerando casos simples e de baixa complexidade, e com modelos matemáticos de previsão de custos.

Os hospitais-dia, ou “hospitais 4.0”, são estruturas hospitalares com soluções tecnológicas mais avançadas, totalmente focados em qualidade e eficiência. A proposta é que, por meio de recursos da bioengenharia, inteligência artificial e nanotecnologia, possa reduzir o tempo de internação do paciente, o que por sua vez diminui a probabilidade de infecções e complicações decorrentes. Cirurgias minimamente invasivas, por exemplo, permitem que o paciente tenha alta até no mesmo dia, dependendo do procedimento. Recursos como a telemedicina também podem agilizar diagnósticos, assim como ferramentas de inteligência artificial na área médica são um reforço de peso à qualidade do atendimento.

O paciente que conta com esses recursos passa menos tempo no hospital, pode ter um diagnóstico mais precoce, um tratamento mais eficiente e retornar às suas atividades muito mais rápido.

É um modelo novo, em desenvolvimento, que vem sendo testado em países como Alemanha, Suécia e Estados Unidos. Existem enormes desafios, como mensurar indicadores e até mesmo a estrutura de tratamento ao qual o paciente é submetido. O desfecho clínico dos casos é, obviamente, impossível de definir de antemão, mas estão em aperfeiçoamento modelos estatísticos que cruzam diversas variáveis par estabelecer estimativas de custos que possam ser definidas em valores fixos para as operadoras de planos de saúde.

Ferramentas como a APR-DRG (All Patient Refined – Diagnosis-Related Groups), que já vem sendo usada em hospitais no Brasil, ajuda e elaborar curvas de tendência para casos de alta complexidade.

Atualmente, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) não tem normativas definindo padrões em remuneração nem há previsão de que sejam elaboradas. Mas como essa tendência cresce no mundo, certamente trará reflexos ao setor de saúde nacional. Nesse contexto, hospitais de alta performance e alinhados com tecnologias de ponta estão melhor equipados para atuar, que ao focar no bem estar final do paciente, trazendo inúmeros benefícios ao mesmo. Aguardemos.


* Denis Szejnfeld é Médico radiologista e diretor clínico do Hospital Certa, centro de referência para a realização de procedimentos especializados e minimamente invasivos

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