Parceria público-privada busca garantir políticas municipais no SUS
O projeto Rede Colaborativa, realizado por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), objetiva qualificar o acesso às informações para tomada de decisão a partir da formação de 232 apoiadores, distribuídos nas 438 regiões de saúde. Chamado “Rede Colaborativa”, o projeto é conduzido pelos hospitais Alemão Oswaldo Cruz e a BP – A Beneficência Portuguesa de SP, o Ministério da Saúde e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS).
De acordo com Ana Paula Pinho, representante dos hospitais do PROADI-SUS e diretora-executiva de Responsabilidade Social do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a falta de integração da atenção primária com a média e alta complexidade (especialistas e hospitais) no Brasil gera sobreposição de ofertas e ineficiência, ocasionando vazios assistenciais. “Quanto mais eficiente for a atenção primária, melhores serão os resultados da média e alta complexidade no SUS — como consequência, só chegariam aos especialistas e aos hospitais os casos mais complexos (estima-se em 20% das demandas). O papel dos coordenadores e facilitadores do HAOC é garantir que a estratégia seja implementada no sistema público de saúde, expandindo o acesso e preenchendo esse vazio assistencial”, completa Ana Paula.
A BP, nesse contexto, tem a responsabilidade de atuar junto aos Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (COSEMS) desde o início do atual triênio (2021-2023). De acordo com Maria Alice Rocha, diretora executiva de Pessoas, Experiência do Cliente, Marketing, Sustentabilidade e Impacto Social, “a entrada de mais uma instituição de excelência possibilitou a ampliação da atuação do projeto e o papel da BP será fortalecer e institucionalizar a estratégia apoiador nos COSEMS e, dessa forma, tornar possível o empoderamento do gestor municipal de saúde e o acesso às necessidades dos municípios de forma eficaz, garantindo que esse olhar do município ganhe força e consequência de formulação política em nível estadual e nacional”, afirma.
Benefícios do projeto ao SUS
O projeto visa fortalecer o SUS assegurando a continuidade entre as políticas municipais e interfederativas, que garantem a eficiência da gestão municipal do sistema público de saúde. Segundo o secretário executivo do Conasems, Mauro Junqueira, “é função do apoiador oferecer suporte técnico e levar informação de forma ágil aos secretários é essencial, além de tirá-los da zona de conforto, convidando-os a participar do planejamento estratégico”. “O processo de planejamento dos recursos deve ser ascendente, a partir das necessidades de saúde da população em cada região, com base no perfil epidemiológico, demográfico e socioeconômico, com definição das metas anuais de atenção integral à saúde e estimativa dos respectivos custos”, afirma Mauro.
A iniciativa teve início em 2017 com um total de 159 apoiadores atuando nas 438 regiões de saúde do país. Hoje, são 232 deles presentes no território e 26 coordenadores de apoio e 26 facilitadores de estratégia que levam informação aos 5.570 municípios brasileiros.