Ronald McDonald investe em Diagnóstico Precoce do câncer infantojuvenil
O câncer é uma das doenças que mais mata crianças e jovens de 1 a 19 anos, conforme estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Por isso, identificar precocemente o câncer infantojuvenil é determinante para que o tratamento tenha mais chances de apresentar resultados positivos.
A cada hora, um novo caso de câncer surge em crianças e jovens no Brasil, mas os seus sintomas podem ser silenciosos, principalmente porque se confundem com outros sinais de doenças comuns da infância, como febre ou dores de crescimento. Assim, os profissionais de saúde precisam ter conhecimento sobre os riscos da enfermidade e saber o encaminhamento adequado para as crianças ou adolescentes que apresentam possíveis sintomas. Por esta razão, o Instituto Ronald McDonald investe na ampliação das chances de cura em crianças e adolescentes com câncer no Brasil através do Programa Diagnóstico Precoce, que capacita profissionais da saúde para identificar a doença precocemente.
Em 2019, a metodologia do Programa Diagnóstico Precoce possibilitou a ampliação do público capacitado: não só os profissionais da Atenção Básica de Saúde receberão a capacitação, mas também pediatras da rede SUS e privada, estudantes de medicina e outros profissionais que lidam diretamente no cuidado da criança e do adolescente. “A carga-horaria do curso é dividida entre Capacitação e Sensibilização e depende do público-alvo a ser alcançado”, explica Viviane Junqueira, que coordena a área de Programas e Projetos apoiados pelo Instituto Ronald McDonald.
No Brasil, o tempo entre a percepção de sintomas e a confirmação diagnóstica do câncer infantil e juvenil é longo e por isso muitos pacientes chegam ao tratamento em fase avançada da doença. De acordo com pesquisa realizada pelo Inca, cerca de 80,8% dos pacientes que iniciaram o tratamento da doença chegaram ao hospital sem diagnóstico. Na década de 90, as chances de cura do câncer infantojuvenil no Brasil eram de apenas 15%. Hoje, estudos do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e do Ministério da Saúde apontam que a taxa de média de cura no Brasil é de 64%. No Brasil, estima-se que a cada ano surgem 12.500 novos casos acometidos pela doença, segundo o Inca. Desse total, cerca de 6.200 crianças são tratadas em hospitais públicos e cerca de 3.800 podem estar morrendo sem ao menos receber o diagnóstico ou ter o tratamento adequado.
“Identificar precocemente o câncer infantojuvenil é determinante para que o tratamento tenha mais chances de apresentar resultados positivos. Os sinais do câncer na infância muitas vezes são imprecisos e por isso é importante que os pais fiquem sempre alertas. O câncer hoje é uma das doenças que mais mata na faixa etária entre 1 e 19 anos”, reforça o superintendente do Instituto Ronald McDonald, Francisco Neves.
Principais sintomas
De acordo com a Dra. Carmem Fiori, especialista em Oncologia Pediátrica, os sintomas do câncer infantil e juvenil podem se confundir com doenças comuns da infância. Por isso, os médicos precisam estar capacitados e atentos para suspeitar e realizar o encaminhamento adequado.
“É preciso reconhecer os principais sinais e sintomas para ampliar as chances de cura das crianças e adolescentes e diminuir também o sofrimento e as sequelas do tratamento. Em crianças, os tipos de câncer mais frequentes são as leucemias. Cerca de 30% das crianças com câncer possuem algum tipo de leucemia, que tem como principais sinais e sintomas: a anemia, palidez de pele e mucosas, que pode vir ou não associada a febre”, explica a especialista.
Ela ainda destaca que todos devem se alertar para esses sintomas e, por isso, é muito importante falar mais sobre a doença. “Dores de cabeça muito fortes, por exemplo, podem indicar tumores no sistema nervoso central. Muitas vezes essas dores aparecem intensas e durante a noite, chegando até a acordar a criança. Podem vir acompanhada de náuseas ou vômitos. Algumas vezes a criança acorda, vomita e volta a dormir. Isso não é normal, e deve acender o alerta de que pode ser uma doença mais grave”, orienta a médica.
A especialista também ressalta os principais desafios para ampliar as chances de cura no Brasil. “A suspeita diagnóstica ainda está aquém do ideal. As vezes a dificuldade no diagnóstico acontece por ser uma doença rara, em que os sintomas se confundem com outras doenças e os próprios médicos não estão capacitados para o diagnóstico precoce do câncer. O que fazemos através do Instituto Ronald McDonald, capacitando profissionais para que eles suspeitem e encaminhem mais rapidamente as crianças com suspeita de câncer, é uma das principais ações que garantem maiores chances de cura e menores sequelas do tratamento”, finaliza.