Quase 50% dos profissionais nunca falaram sobre saúde mental no trabalho
A pandemia trouxe a pauta da saúde mental para o ambiente de trabalho. Com o home-office e o isolamento social compulsórios, as pessoas passaram a se informar mais sobre os impactos psicológicos e emocionais no dia a dia. No entanto, ainda há tabus a serem quebrados: 48,4% dos liderados afirmaram nunca ter falado sobre saúde mental no trabalho, e quando essa conversa acontece, ela se dá mais entre colegas de outras áreas (22%) e menos com a liderança (16,9%). Porém, quando perguntado para as lideranças se elas se sentiam confortáveis em falar do tema, esse número foi de 49,7%.
Esses são alguns dos dados obtidos no levantamento Influência das Lideranças na Saúde Mental dos Liderados, realizado pela Vitalk, startup que emprega tecnologia no cuidado da saúde emocional, em parceria com a MindMiners, empresa de tecnologia especializada em pesquisa digital. O levantamento foi feito com 420 pessoas de diversas regiões do país, de empresas públicas e privadas. O objetivo em trazer líderes (39,3%) e liderados (60,7%) era entender o ponto de vista dos dois lados e, por meio dos resultados, criar práticas para uma melhor qualidade e bem-estar de todos da organização, especialmente na relação entre líderes e suas equipes.
Entre as informações relevantes levantadas pela pesquisa, 41% dos liderados acreditam que o líder tem impactado negativamente em sua saúde mental. Outro dado importante é que mais de 30% dos líderes acreditam que estão pouco preparados para assumirem cargos de liderança. Além disso, para 40% dos liderados, o atributo mais inspirador das lideranças é a preocupação com o bem-estar da equipe, enquanto que o percentual cai para 37% quando a pergunta é feita para os líderes.
O CEO da Vitalk, Michael Kapps, avalia que os números ressaltam a importância das lideranças nas empresas no atual momento, em que as pessoas se veem às voltas com sintomas de ansiedade e cansaço. Para se ter ideia, 90% da amostra – tanto liderados como lideranças – afirmaram que as empresas devem priorizar a qualidade de vida de seus colaboradores. “As pessoas tendem a valorizar e a responder melhor às lideranças que não apenas buscam por eficiência e resultados, mas que também tenham um olhar humanizado em relação à equipe”, completa o executivo.