Hospital Sírio-Libanês e PROADI-SUS lançam projeto Reabilitação COVID-19
Promover a retomada segura das atividades hospitalares eletivas anteriores à pandemia da Covid-19, e apoiar a implementação de um plano de reabilitação em enfermaria para pacientes que saíram recentemente da UTI por conta da Covid-19 são os objetivos do mais novo projeto do PROADI-SUS, o “Reabilitação COVID-19”. O projeto é executado pelo Hospital Sírio-Libanês no âmbito do PROADI-SUS – Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde, do Ministério da Saúde. Também apoiam a iniciativa o CONASS (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde) e CONASEMS (Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde).
Os principais entregáveis do projeto são: implementação de Leitos de Cuidados Prolongados / Reabilitação nos Hospitais, melhorar o fator de utilização dos leitos crônicos, redução do tempo médio de permanência dos pacientes críticos crônicos pós-Covid-19, capacitação das equipes e Plano de Alta Segura, utilizando principalmente as metodologias Lean e Ágil.
Para o Secretário de Atenção Especializada (SAES) do Ministério da Saúde, Luiz Otavio Franco Duarte, a iniciativa reforça a importância do PROADI-SUS para o Sistema Único de Saúde. “Esse binômio muito bem aproveitado pelo sistema público e privado dá o alicerce para que o SUS alcance a excelência e promova qualidade de vida para seus usuários”, destaca o Secretário.
De acordo com Andrezza Serpa, diretora do departamento de gestão de ações estratégicas (SAES/MS), a ideia do projeto surgiu a partir da experiência bem-sucedida do Hospital Pedro Ernesto (RJ). “A partir do modelo do Pedro Ernesto, notamos a necessidade da criação de protocolos bem definidos para melhorar a qualidade de atendimento para pacientes pós-covid no SUS, evitar o desperdício e girar mais leitos.”
Segundo Amanda Santos Pereira, médica líder do projeto Reabilitação pós Covid-19, um dos objetivos do projeto é evitar o desperdício de recursos dentro dos hospitais. “Com a metodologia Lean, o paciente não permanece por tempo desnecessário à sua condição clínica na UTI, gerando uma melhoria no giro de leitos e estabelecimento de uma linha de cuidado segura entre o cuidado hospitalar e a Atenção Primária” destaca.
Amanda destaca ainda a importância da abordagem integrada. “Segundo a AMIB -Associação Brasileira de Medicina Intensiva, a média de permanência de um paciente com Covid-19 nas UTIs é de 12 dias, sendo que o paciente com covid-19 é um paciente que por si só já apresenta mais comorbidades. Esses pacientes demoram em média 20 dias para receber alta mesmo após saírem da UTI” explica a líder do projeto.
“Vamos olhar para o paciente em reabilitação pós terapia intensiva em tratamento da covid-19 e que necessitam de leito de cuidado crônico, com foco na integralidade do cuidado. Nosso objetivo é devolver a funcionalidade do paciente, ou seja, que possam se recuperar plenamente e retomar suas atividades em sociedade” complementa Christina May, Coordenadora Médica do Serviço de Reabilitação do Hospital Sírio-Libanês e patrocinadora do projeto.
Para Welfane Cordeiro, coordenador médico do projeto Lean nas Emergências, do PROADI-SUS, a iniciativa chega em um momento crucial para a saúde pública. “Estamos vivendo um momento onde os pacientes crônicos estão retornando ao sistema de saúde, com possibilidade de sobrecarregar os hospitais, que por sua vez também estão sobrecarregados com o atendimento a pacientes” explica.
Para Rodrigo Wilson, Gerente de Projetos do Hospital Sírio-Libanês, esse projeto vem em um momento muito importante. “Essa iniciativa busca melhorar os processos nesses hospitais, para que consigamos esvaziar as UTIs em tempo adequado e oferecer o cuidado integrado”.