PRM: a evolução do cuidado ao paciente na era digital
Por Paula F. Calderon e Marcos H. Gonçalves
Mesmo com a crescente evolução da transformação digital nas instituições de saúde, o uso da tecnologia para o acompanhamento do paciente nos períodos entre consultas médicas, atendimentos ambulatoriais ou hospitalares, tem se mostrado um caminho ainda pouco explorado no setor. Isso significa que o período em que não há supervisão de nenhum profissional de saúde, o paciente está sozinho.
Para se ter uma ideia, apenas 20% dos usuários de smartphones usam aplicativos de saúde, sendo em sua maioria apps de atividades físicas, de acordo com o Medical News Today. Nesse sentido, torna-se fundamental e oportuno que as instituições de saúde passem a explorar ainda mais tecnologias que possibilitem o acompanhamento dos pacientes e suas condições de saúde, assim como, estimulem o autocuidado, o controle de doenças crônicas, o desfecho de cuidados clínicos e cirúrgicos, além da prevenção de doenças.
A evolução do acompanhamento do paciente
Até pouco tempo, o acompanhamento do paciente fora dos consultórios e hospitais era apenas um sonho. Isto porque, não havia uma maneira prática e sistemática de monitorar a adesão e o progresso dos tratamentos, assim como, os desfechos. No entanto, essa realidade mudou. Hoje, o desenvolvimento de ferramentas de gerenciamento do relacionamento, proporcionam uma série de possibilidades e oportunidades.
Imagine estreitar a relação entre pacientes, médicos, equipe multiprofissional e instituições, possibilitando um acompanhamento contínuo e personalizado, podendo ser feito via WhatsApp e E-mail. É assim que surge o conceito de gerenciamento do relacionamento com o paciente ou Patient Relationship Management (PRM). Por meio do PRM é possível criar réguas de relacionamento para qualquer tipo de acompanhamento, como também, criar linhas de cuidados, campanhas de prevenção e promoção da saúde.
Como funciona
As réguas de relacionamento nada mais são do que conjuntos de ações criadas para gerar uma comunicação regular com o paciente. Ou seja, após uma consulta ou procedimento, a instituição envia mensagens e questionários para acompanhar o estado do paciente, monitorar intercorrências e garantir que ele esteja seguindo as orientações médicas e os cuidados necessários.
Tudo isso ocorre de forma automatizada e não é necessário que um profissional de saúde realize qualquer ação. Basta a personalização da régua de cuidado para que a ferramenta interaja com o paciente e comunique a equipe responsável no caso da necessidade de atenção especializada.
Outro ponto interessante é que, por meio de estratégias de PRM, também é possível entrar em contato com os pacientes em momentos oportunos, tais como, tomar uma nova dose de vacina de acordo com calendário, refazer um exame ou checar a evolução de suas doenças crônicas e ainda incentivá-los a cuidar de sua saúde por meio de programas de medicina preventiva e campanhas de conscientização, como por exemplo, Outubro Rosa e Novembro Azul.
O futuro dos cuidados clínicos
Os benefícios do PRM para as instituições de saúde vão além de melhorar a comunicação entre profissionais, instituições e pacientes, pois também otimiza a assistência, oferecendo cuidados mais personalizados, promoção à saúde e apoio na redução dos custos associados a complicações, muitas vezes evitáveis.
Portanto, investir no monitoramento do paciente através da tecnologia não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para instituições que desejam proporcionar uma experiência única, com cuidados de alta qualidade, e se destacar no mercado de saúde.
*Paula F. Calderon é médica e CMIO e Marcos H. Gonçalves é CTO, ambos da Beth Health Tech