Preconceito é a principal dificuldade para quem quer trabalhar com cannabis
O preconceito e a falta de informações são as maiores dificuldades para mais de 61,6% das pessoas que trabalham ou querem trabalhar com cannabis no Brasil. É o que aponta pesquisa da Kaya Mind, empresa brasileira especializada em dados e inteligência de mercado no segmento da cannabis, do cânhamo e de seus periféricos. O estudo da startup contou com 1.022 entrevistados e foi realizado na Medical Cannabis Fair 2022. O objetivo da análise era estudar o cenário do mercado de cannabis no país e entender o comportamento de consumo dos participantes do evento.
Segundo a Kaya Mind, de acordo com os resultados de sua pesquisa, o preconceito foi considerado a principal dificuldade ao trabalhar com cannabis no Brasil para 34,3% dos respondentes, seguido da falta de informações, que foi apontada como o maior entrave para cerca de 27,2% dos entrevistados.
Em terceiro lugar no ranking, está a falta de infraestrutura, que foi o fator mais levado em consideração por 16,2% das pessoas. Na sequência estão também a questão da falta de divulgação e marketing, apontada como empecilho para 12,4% dos participantes, a dificuldade de achar vagas, com 7,3% das respostas e outros motivos, com 2,3%.
Apesar de ter tido 1.022 respostas no total, a Kaya Mind ressalta que nem todas as pessoas trabalham com cannabis ou chegaram a essa parte da pesquisa, por isso os números são menores do que o volume de respostas.
Para Maria Eugenia Riscala, cofundadora e CEO da Kaya Mind, “o disparo de respostas apontando o preconceito e a falta de informações como maiores entraves do setor ressalta ainda mais a importância da elaboração de pesquisas e estudos científicos na área para quebrar esses paradigmas na sociedade, além da promoção de eventos, cursos e de pessoas qualificadas falando sobre o assunto”.
A executiva ainda afirma que além dos inúmeros benefícios comprovados da terapia canabinoide para o tratamento de patologias, o relatório Impacto Econômico da Cannabis, elaborado pela Kaya Mind, estima que o mercado da planta no geral poderia movimentar R$ 26,1 bilhões no Brasil no seu quarto ano de regulamentação, sendo R$ 4,9 bilhões do mercado de cânhamo no âmbito industrial, R$ 9,5 bilhões com o uso da cannabis medicinal e R$ 11,7 Bilhões com o uso adulto da planta.