Phygital: os impactos da tecnologia na gestão da saúde
Por César Ciongoli
Hoje, quando pensamos em Inteligência Artificial, não estamos mais nos referindo a um mundo de ficção científica que estávamos acostumados a assistir nos filmes . A relação entre máquinas e humanos é cada vez mais tangível e a cada dia estamos mais adeptos de incorporar soluções tecnológicas para resolver diferentes demandas do dia a dia. No segmento de saúde não é diferente. O uso correto de novas tecnologias têm exercido um impacto direto na rotina e na qualidade de vida das pessoas, principalmente neste período “pós-pandêmico”.
Durante a pandemia foi preciso uma adaptação rápida para atender às novas demandas geradas pelo isolamento social, como, por exemplo, a crescente busca por consultas médicas on-line. Foi diante deste cenário que a inteligência artificial tornou-se ainda mais necessária para uma revolução na experiência de pacientes, médicos e profissionais de saúde.
Em um levantamento sobre o mercado das healthtechs, realizado recentemente pela BenCorp, mostra que o segmento de saúde digital movimentou, em 2021, US$ 344 milhões, um crescimento de 329% no último ano.
Se olharmos para este ecossistema, vemos desde hospitais, seguradoras da área, empresas de tecnologia e startups especializadas em exames e cirurgias, até hospitais digitais.
O conceito PHYGITAL está se tornando, progressivamente, uma realidade dos serviços de saúde do Brasil.
É a integração do físico com o digital na jornada de assistência à saúde para melhorar a experiência do paciente, o acesso à médicos, os desfechos clínicos e também a possibilidade de diminuir os custos. Em comum, elas trazem a lógica da indústria 4.0.
O avanço em investimentos em tecnologia e na digitalização dos processos, como agendamentos, diagnósticos e previsão de doenças, mostra um mercado em constante evolução, crescendo como nunca. E uma área de atuação deve ser voltada para a prevenção de algumas doenças, sobretudo o câncer, um dos maiores problemas de saúde pública no mundo.
Mas, como a inteligência artificial está sendo aplicada na área da saúde? Sob o ponto de vista do paciente já temos disponíveis uma série de soluções que estão dando mais controle para os usuários, para que eles possam monitorar melhor a sua própria jornada de saúde. É o caso dos dispositivos que ajudam as pessoas a terem um acompanhamento de seus batimentos cardíacos, exames de check-up, dicas de cuidados com a saúde e acesso rápido a diagnósticos.
É importante salientar sobre como a inteligência artificial pode aumentar as chances de sucesso dos médicos no que tange os diagnósticos. Sobre isso, também apoio ações de conscientização. Em novembro, por exemplo, estamos no mês de combate ao câncer de próstata, a maior causa de óbitos entre homens acima de 50 anos de idade. A cultura e a falta do hábito de ir ao médico sem estar doente, acrescida de preconceito, se torna um problema para a população masculina. Por isso, é necessária uma mudança de comportamento, começando por ações preventivas, pois isso com certeza trará impactos no futuro das novas gerações.
*César Ciongoli é CEO da BenCorp.