Pesquisa mapeia perfil e comportamento dos usuários de plano de saúde

A pandemia de Covid-19 revelou a preocupação dos brasileiros com a saúde. É o que aponta a Pesquisa ANAB de Planos de Saúde, encomendada pela Associação Nacional das Administradoras de Benefício ao instituto Bateiah Estratégia e Reputação. Para 81% das pessoas, a crise fez aumentar o receio do acesso a tratamentos médicos. Entre os que possuem menor poder aquisitivo, com renda de até cinco salários mínimos, a preocupação aumentou muito. A pesquisa traça um panorama dos planos de saúde no Brasil e traz um perfil de seus beneficiários.

Para levantar os dados, as entidades fizeram contato com mais de 1 mil usuários de planos de saúde a partir de 16 anos em todo o país, com amostras em capitais, regiões metropolitanas e cidades do interior. Também consideraram fatores como gênero, idade, escolaridade, renda familiar e ocupação.

Quando observados os dados de gênero, 52,5% das mulheres sentiram que a preocupação com a saúde aumentou muito com a pandemia. Entre os mais velhos, 54% dos que possuem 50 anos ou mais também indicaram que a preocupação aumentou muito.

Em relação à renda familiar, o maior percentual de desconforto é entre aqueles que ganham de 2 a 5 salários mínimos (84,1%). Entre os brasileiros que ganham até 2 salários, 50,3% indicaram que a preocupação aumentou muito.

“O estudo é uma síntese do atual momento em que vivemos no país e reflete o olhar do brasileiro para questões de saúde e prevenção a doenças depois da pandemia. É uma análise profunda dos anseios e desejos das pessoas para dar segurança ao maior bem que têm: a vida”, explica Alessandro Acayaba de Toledo, presidente da ANAB.

Plano de saúde próprio

A pesquisa mostra que os consumidores enxergam o plano de saúde como uma conquista, tal qual ter um imóvel, um veículo, realizar uma viagem ou ter investimentos. O plano é a terceira maior conquista do brasileiro em 2021. Na faixa etária acima de 50 anos, o benefício só perde para a casa própria em importância.

Quanto menor a renda familiar e o grau de escolaridade, maior é o reconhecimento do plano. Ao menos 18,7% dos respondentes que ganham até dois salários mínimos indicam o benefício como conquista, da mesma forma que 21,8% dos entrevistados com o Ensino Médio também reconhecem.

Em relação a idade, essa percepção é ainda maior entre os entrevistados com 50 anos ou mais, que representam 25,5%. Mas é na parcela da população aposentada que o plano assume papel principal e toma a frente no ranking das conquistas dos brasileiros, deixando casa própria e automóvel para trás. Ao menos 50,6% dos entrevistados aposentados indicam o plano como conquista.

Percepção dos planos

O plano como conquista também tem uma relação direta com a percepção de segurança do beneficiário sobre sua saúde. Ao menos 69% disseram que o benefício é uma salvaguarda em casos de necessidade, enquanto que para 31% é uma necessidade recorrente.

Quando precisam utilizar os serviços do plano, a maioria dos beneficiários recorrem a consultas com especialistas (69%), seguida de exames (13,3%) e emergência (8,7%).

O levantamento da ANAB também verificou que mesmo com plano, 42% dos beneficiários utilizam serviços do Sistema Único de Saúde – SUS. O serviço de vacinação é o mais mencionado entre o uso no SUS, indicado por 49,3% dos respondentes. A procura é maior entre os mais velhos e a população com menor poder aquisitivo.

Avaliação do beneficiário

Na percepção dos beneficiários, a agilidade no atendimento é o fator mais importante em um plano de saúde, indicado por 24,2% dos respondentes. A facilidade de autorização de procedimentos aparece em segundo lugar com 15,4%, seguida pela rede médica contemplada no contrato, com 14,4%. No top cinco aparecem ainda serviços oferecidos (11,1%) e rede de profissionais (10,9%).

“A importância da agilidade como atributo aumenta quanto menor a renda familiar e a escolaridade dos respondentes. Esses pontos têm uma forte relação com o temor desses beneficiários ao risco de fatalidades em atendimentos delongados ou travados por processos burocráticos, especialmente por não disporem de grandes quantias em casos de emergências. O mesmo não é sentido entre os respondentes com maior poder aquisitivo, que certamente possuem outros recursos caso seja necessário”, explica Fábio da Silva Gomes, diretor-presidente do Instituto Bateiah e responsável pela pesquisa.

Quem utiliza plano de saúde?

A pesquisa da ANAB também mapeou o perfil dos usuários de plano de saúde e constatou que o tipo de plano de saúde mais comum no Brasil é o plano coletivo empresarial, que representa ao menos 76% do total de beneficiários.

Os planos individuais correspondem a 18% enquanto os planos do tipo coletivo por adesão, normalmente vinculados a uma categoria profissional ou área de atuação, representam 6% do universo de contratos.

Quando observado o fator idade, o plano coletivo empresarial é o tipo mais comum em todas as faixas etárias, mas possui ainda mais representatividade entre a população de 30 a 39 anos, cujo percentual corresponde a 82,6%.

Já os planos individuais e coletivos por adesão também possuem certo percentual entre os mais velhos, com 50 anos ou mais. Correspondem, respectivamente, a 23,6% e 12,2% do total dos beneficiários.

Relação custo-benefício

O estudo da ANAB também analisou a relação entre custo e benefício do plano de saúde na visão dos clientes. Para 49,2% dos respondentes, a importância de ter um plano de saúde aumentou muito com a pandemia, no entanto, não são receptivos a possíveis aumentos.

A resistência é ainda maior entre os homens, que representam 51,5% dos que reconhecem a importância do plano, mas não estão dispostos a pagar mais por isso. Em relação à idade, o percentual é maior entre os respondentes de 40 a 49 anos, que correspondem a 56,1% dos que não se dispõem a valores adicionais. No geral, apenas 20% dos entrevistados se mostram abertos a pagar mais pelo plano de saúde.

Em contrapartida, mesmo com as possibilidades de negociações de preço com as operadoras ou a mudança do plano via portabilidade de carências, 91,4% dos respondentes preferem deixar o benefício como está e apenas 7,8% fariam mudanças para redução de custo.

Para Alessandro Acayaba de Toledo, presidente da ANAB, o consumidor ainda carece de informações claras sobre seus direitos no plano de saúde. Dados da pesquisa mostram que ao menos 35% dos beneficiários sentem algum nível de dificuldade ao analisar as propostas das operadoras. Para 44% deles, o auxílio de um consultor para tirar dúvidas faria diferença.

“Nunca o brasileiro esteve tão preocupado com a saúde como hoje. A pandemia potencializou esse cuidado e a instabilidade econômica é uma ameaça para essa manutenção do plano, especialmente entre os beneficiários com menor poder aquisitivo. O mercado tem dado resposta com o lançamento de produtos a preços mais atrativos e até sugerindo a portabilidade de carências, como a ANAB tem feito. É fundamental que o consumidor tenha conhecimento desses direitos para tomar as melhores escolhas para sua saúde, inclusive a financeira”, diz Alessandro.

A pesquisa ANAB sobre percepção dos planos de saúde no Brasil foi realizada entre os dias 16 e 28 de setembro por meio de entrevistas telefônicas com 1006 respondentes em 420 municípios do país. De acordo com o instituto Bateiah Estratégia e Reputação, a margem de erro é de 3%.

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