Plano brasileiro de IA receberá R$ 23 bilhões em quatro anos

Otimização de diagnósticos no SUS, aumento da competitividade agrícola, combate à evasão escolar e investimento em supercomputação. A proposta do primeiro Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) nasce com 31 metas de curto prazo em áreas estratégicas onde o governo federal prevê que a nova tecnologia terá impactos mais relevantes. O anúncio foi feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, em Brasília, que não acontecia desde 2010.

Com o nome de “IA para o Bem de Todos”, o PBIA tinha sido encomendado pelo presidente ao Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), que formulou uma proposta após mais de 30 reuniões bilaterais com instituições públicas e privadas, com cerca de 300 especialistas.

Para Lula, “a proposta dos cientistas brasileiros é um marco para a história do nosso país”. “O que vocês apresentaram não pode ficar numa gaveta. Nossa inteligência artificial tem de ser inteligente. E temos de fazer dela uma fonte para gerar empregos para nosso país e formar milhões de jovens preparados para esse debate”, disse. “O Brasil precisa aprender a voar. Não pode ser dependente a vida inteira, precisamos ter ousadia para fazer as coisas acontecerem”.

O texto-base do PBIA prevê recursos para criar, por exemplo, um “prontuário falado” no SUS, que automatiza a transcrição de teleconsultas, além de outros sistemas para apoiar decisões de compra de medicamentos e otimização dos diagnósticos médicos. A área da saúde é uma das mais contempladas. A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, afirmou na 5CNCTI que a pandemia mostrou o quanto a dependência tecnológica pode ser cruel durante grandes crises sanitárias, como a da Covid-19.

“A pandemia de Covid demonstrou o quanto o mundo sem ciência é cruel, e assistimos isso fortemente em partes do mundo e no Brasil, porque tínhamos um governo negacionista”, afirmou a ministra, destacando que o Brasil, com 2,7% da população mundial, registrou 13% do total de mortes na pandemia de Covid-19.

A área de saúde deverá ficar com parte dos R$ 435 milhões destinados a resolver problemas urgentes: transcrições automatizadas de teleconsultas, diagnóstico “inteligente” de tuberculose e câncer de mama, robôs de desinfecção de ambientes, entre outros.

Crédito: Diego Galba/MCTI
Luciana Santos, Lula e Sérgio Rezende

Meio ambiente, saúde, educação e supercomputador

Na área de meio ambiente, o plano prevê investir em um sistema de monitoramento por IA do bioma da Amazônia e desenvolver um sistema de previsão de eventos climáticos extremos com alto grau de confiabilidade. Na agricultura, o destaque são projetos para aumentar a produtividade — como disponibilizar dados climáticos e meteorológicos a agricultores via chatbot e técnicas de visão computacional para monitorar o peso do gado. Na educação, a IA será usada na formação, inclusive na alfabetização; em métodos de ensino de matemática no Ensino Fundamental; e em sistemas preditivos para combater a evasão escolar, desafios do país.

Outra aplicação será o apoio à nova política industrial com o objetivo de tornar o país um polo global de desenvolvimento e uso de IA. O segmento voltado para inovação de empresas nacionais receberá R$ 13 bilhões. O dinheiro será investido na estruturação de uma cadeia produtiva de IA no Brasil; instalação de datacenters “verdes” de alta capacidade, alimentados por energias renováveis; criação de centros de apoio à IA na indústria, com recursos técnicos e consultoria; e fomento e aceleração de startups especializadas em IA. O mesmo será feito para obter melhorias nos serviços públicos, a começar pela automatização de processos fiscais.

O PBIA prevê uma série de ações estruturantes, como a aquisição de um supercomputador top 5, com investimento de R$ 1,8 bilhão. O plano inclui ainda a construção de infraestrutura tecnológica avançada e programas de formação e requalificação de profissionais em IA. A projeção é que R$ 5,79 bilhões sejam destinados ao desenvolvimento de infraestrutura, e R$ 1,15 bilhão seja investido em programas de difusão e capacitação em IA.

O Plano “IA para o Bem de Todos” será financiado através de diversas fontes, incluindo crédito do BNDES, recursos do FNDCT e outras previsões orçamentárias, contrapartidas do setor privado, entre outros. A proposta completa do PBIA pode ser acessada aqui.

Conferência vai construir nova estratégia nacional de CT&I, com metas até 2030

Palco do lançamento do plano brasileiro de inteligência artificial, a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação reúne governo, cientistas, entidades e representantes da sociedade civil para discutir prioridades das políticas públicas em ciência e tecnologia no país. O encontro vai construir uma nova Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, a ser implementada até 2030, além de discutir ações a longo prazo.

Entre os temas, estão inteligência artificial, mudanças climáticas, transição energética, financiamento da ciência, políticas de apoio à inovação, impactos da transição demográfica. Foram mais de 50 sessões de debates, com nove agendas simultâneas e sete plenárias.

(Foto: Diego Galba/MCTI)

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