Diálogo com profissionais de saúde melhora qualidade de vida do paciente com HIV
Assim como pode acontecer com outras doenças crônicas, as pessoas que vivem com HIV ainda ficam desconfortáveis na hora de conversar com seus próprios médicos ou profissionais de saúde que as acompanham – comportamentos semelhantes também se repetem com amigos ou mesmos membros da família. Em pesquisa realizada pela ViiV Healthcare com mais de 2 mil pessoas que vivem com HIV em 24 países, incluindo o Brasil, os participantes foram perguntados se recebiam informação dos profissionais de saúde sobre indetectável = intransmissível.
No geral, 67% eram informados sobre indetectável = intransmissível pelos profissionais de saúde. Os resultados mostram que aqueles que recebiam a informação comparado aos que não recebiam tinham significativamente maior probabilidade de reportar satisfação ao tratamento (76% vs 57%), adesão ótima (79% vs 69%), ótima saúde geral (60% vs 48%), mental (62% vs 45%) e sexual (50% vs 41%), entre outros aspectos.
O estudo mostrou que ainda há oportunidades para melhorar o diálogo entre os profissionais de saúde e as pessoas que vivem com HIV. Para o Dr. Rodrigo Zilli, médico da GSK/ViiV Healthcare, “a relação do médico e de outros profissionais de saúde com o paciente, felizmente, já avançou muito. É importante informar e explicar tudo o que está acontecendo com aquela pessoa, com transparência. É assim que ganharemos a confiança dos pacientes e até mesmo de seus companheiros ou familiares, que costumam acompanhar as consultas, impactando em benefícios para a saúde e refletindo em qualidade de vida e autoestima”, argumenta.
Para Marta McBriton, coordenadora do Instituto Cultural Barong, “o médico tem que ser visto como um grande confidente, apoiador e esclarecedor do paciente. Por exemplo, a partir do momento em que o paciente passa a ser HIV indetectável, pode ser a hora para dividir esse momento com o seu parceiro(a), pensar em ter filhos. O médico irá orientar, pois tem todo conhecimento para isso”.
Além disso, a coordenadora reforça que “o dialogar tem uma tarefa libertadora, gera empatia e acolhimento, características que ajudam no próprio processo de aceitação”. Por isso, recomenda ainda a participação em grupos de discussão, que são interessantes para que os pacientes troquem experiências, e lembra que há ainda a terapia com acompanhamento psicológico ou psiquiátrico. “Muitas vezes, nós estigmatizamos questões que algumas pessoas que já vivem com a doença esclarecem de uma forma tão delicada e espontânea que nos surpreendem. Sempre defendo o dialogar, inclusive, com diferentes faixas etárias, o que costuma ser uma troca sensacional”, conclui.