Desempenho de 74,9% das operadoras é considerado ‘bom’ ou ‘excelente’ pela ANS
O desempenho de quase 75% das operadoras de saúde do país foi considerado “bom” ou “excelente” pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), no melhor resultado por faixa avaliativa do setor desde 2017. A análise foi feita pela Blendus, healthtech que atua na governança de dados regulatórios em saúde suplementar, com base nos dados do Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS), divulgados pelo órgão regulador no final de dezembro com a avaliação de 833 operadoras no país.
O IDSS é uma nota atribuída anualmente pela ANS às operadoras de saúde que avalia dimensões como qualidade e atenção à saúde, garantia de acesso, sustentabilidade no mercado e gestão de processos e regulação. A classificação varia de 0 a 1, sendo 1 a melhor nota. Os números divulgados são referentes ao ano-base 2023, e a análise da Blendus levou em conta as médias aritmética simples do IDSS, sem diferenciação em relação ao porte das operadoras.
De acordo com o levantamento, 52,2% das operadoras de saúde foram classificadas na faixa de avaliação “boa”, enquanto 22,7% foram consideradas “excelentes”. A escala utilizada pela ANS conta ainda com as faixas “intermediária”, onde se enquadraram 16% das operadoras, “penúltima” (7,7%) e “última” (1,3%).
Levando em conta todas as dimensões do IDSS, a média geral das operadoras de saúde foi de 0,6786, melhor desempenho em quatro anos. Por outro lado, apenas 2,16% (18 operadoras) receberam a nota máxima no IDSS.
Para Flávio Exterkoetter, CEO e sócio-fundador da Blendus, os resultados são positivos para o setor. “Fazendo uma análise do cenário como um todo, os números revelam que as operadoras de saúde estão melhorando o desempenho em aspectos como serviços e atendimentos, com base nos critérios da ANS. Ao mesmo tempo, demonstram também uma evolução na qualidade e tratamento de dados, pois isso diminui erros na comunicação com a Agência Nacional de Saúde e tem impacto importante na avaliação”, analisa.
Garantia de acesso segue como principal desafio
Entre as dimensões avaliadas pela ANS, a Garantia de Acesso (IDGA) registrou o menor desempenho, com média de 0,4232 no ano-base 2023. Historicamente, essa é uma dimensão desafiadora para as operadoras. “Mesmo em 2019, quando o setor alcançou sua melhor média nessa categoria, o índice foi de apenas 0,4594, ainda dentro da faixa avaliativa intermediária”, destaca Flávio Exterkoetter, CEO da Blendus.
Um dos principais entraves nessa dimensão é o indicador 2.2. Ele avalia o acesso dos beneficiários idosos à consulta eletiva com seu médico generalista, com meta de duas consultas ao ano para cada um dos beneficiários da operadora com 60 anos ou mais. Em 2023, 73,2% das operadoras receberam nota zero nesse indicador, enquanto 92,81% das operadoras foram enquadradas nas faixas “penúltima” ou “última”.
Em contrapartida, a Sustentabilidade no Mercado (IDSM) foi a dimensão mais bem avaliada, com média de 0,8863, o melhor desempenho desde 2017. Em seguida, aparecem Gestão de Processos e Regulação (IDGR), com 0,8104, e Qualidade em Atenção à Saúde (IDQS), que alcançou 0,6714, também registrando sua melhor média desde 2017.
Sul lidera desempenho regional no IDSS
As operadoras da região Sul apresentaram a melhor média de desempenho no último Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS), com 0,7323, destacando-se como a região mais bem avaliada do país, ainda conforme a análise da Blendus. Na sequência, aparecem Centro-Oeste (0,6836), Norte (0,6813), Sudeste (0,6670) e Nordeste (0,6574).
Apesar da média positiva na maior parte do país, três estados do Nordeste ficaram com a média na faixa intermediária: Piauí (0,5991), Sergipe (0,5967) e Maranhão (0,5622). Já no Norte, o Amazonas foi o único estado a registrar média intermediária (0,5655). As demais unidades federativas apresentaram médias nas faixas avaliativas “boa” ou “excelente”, reforçando os avanços gerais observados nas operadoras em todas as regiões.
“Os resultados do IDSS reforçam a importância de uma gestão estratégica e eficiente dos dados regulatórios pelas operadoras de saúde, o que contribui para decisões assertivas que podem influenciar a melhoria assistencial à saúde dos beneficiários”, comenta Flávio Exterkoetter.