Estudo inédito aborda a relação entre obesidade e tratamento de câncer de mama

Com a participação de mais de 7 mil pacientes com câncer de mama, um estudo brasileiro avalia os impactos da obesidade na sobrevida de mulheres em tratamento da doença. Trata-se da maior investigação já realizada em contexto de vida real no País, com resultados que podem orientar abordagens, visando qualidade de vida já a partir do diagnóstico. Como contribuição, o estudo lança luz sobre pesquisas anteriores que apresentaram resultados conflitantes quanto às implicações da obesidade em pacientes diagnosticadas com a doença. “Ao contrário do que se acreditava, constatou-se nesta investigação que a obesidade não é um fator que impacta significativamente os desfechos de sobrevida de mulheres com câncer de mama”, revela o mastologista André Mattar, coordenador da pesquisa e tesoureiro-adjunto da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).

O artigo “Estágio, subtipo molecular e sobrevida do câncer de mama em pacientes com obesidade: Um estudo de mundo real” foi publicado pela Chinese Clinical Oncology, revista científica dedicada a investigações na área de oncologia. O estudo conduzido por André Mattar, com a participação de 20 pesquisadores brasileiros, envolveu 7.424 mulheres em tratamento no Hospital da Mulher, em São Paulo (SP), antigo Pérola Byington, entre janeiro de 2011 a junho de 2021.

“A obesidade é fator de risco estabelecido para vários tipos de câncer, nos quais se incluem o de mama, particularmente em mulheres na pós-menopausa”, destaca Mattar. No Brasil, comprovadamente, 3,8% dos casos de câncer estão relacionados ao alto índice de massa corporal (IMC). O número de mulheres é predominante nesta estatística.

O estudo coordenado por Mattar mostra que diversos mecanismos estão envolvidos no efeito tumorigênico da obesidade. “A síndrome metabólica causa hiperinsulinemia, que leva à resistência à insulina, estimula o receptor do fator de crescimento semelhante à insulina e ativa vias de proliferação celular, resultando no crescimento tumoral.”

Entre as pacientes participantes da investigação no Hospital da Mulher, mais de dois terços apresentavam sobrepeso ou obesidade no momento do diagnóstico. Independentemente do IMC, a prevalência de câncer de mama foi notada em mulheres mais velhas, pós-menopáusicas. O estudo também considerou o estadiamento da doença, entre I e III, ou seja, do inicial ao avançado.

Na literatura disponível sobre a relação obesidade e câncer de mama, a pesquisa brasileira se destaca por uma constatação importante. Em pacientes submetidas à terapia neoadjuvante, a obesidade não afetou as taxas de resposta patológica completa, ou seja, ausência de tumores na mama e na axila. “Os resultados sugerem, então, que o IMC, isoladamente, não pode ser considerado um indicador prognóstico suficiente”, afirma Mattar.

Para o mastologista da SBM, os esforços em saúde pública devem prosseguir com ênfase à prevenção e ao controle da obesidade, que desde 1975 triplicou sua incidência, especialmente em países de baixa e média rendas. Atualmente, 13% da população adulta mundial é obesa.

“O estudo que realizamos é uma contribuição que reforça a necessidade de abordagens personalizadas para câncer de mama que considerem entre vários aspectos a biologia do tumor, o estadio no momento do diagnóstico, para orientar tratamentos que melhorem a qualidade de vida das pacientes”, conclui André Mattar.

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