Novas abordagens que contribuem para tratar o câncer infantojuvenil

Por Carolina Vince

A medicina de precisão tem avançado muito nos últimos anos, permitindo estudar com detalhes a biologia da célula neoplásica. Com isso, o diagnóstico é mais assertivo e o tratamento pode ser personalizado a partir da utilização de medicamentos-alvo, prescritos de forma isolada ou em associação com quimioterapia.

E quando se fala de um medicamento novo, este deve passar por uma análise criteriosa para atestar a sua qualidade, eficácia e segurança, antes de ser aprovado. Tradicionalmente, essa análise é feita em estudos pré-clínicos (laboratório, em células e animais) e estudos clínicos (em seres humanos). Neste último caso, eles devem ser separados em pelo menos três fases: fase I, que avalia a segurança e a dosagem em um pequeno grupo de pessoas; a fase II, que analisa a eficácia e segurança em um grupo maior de pacientes com a doença-alvo; e fase III, quando se tem a confirmação da eficácia e monitoramento de segurança em um grande número de pacientes e o novo medicamento é frequentemente comparado ao tratamento padrão.

Todo esse processo demanda tempo e a inclusão de um número grande de pacientes antes da comercialização dos novos medicamentos. Mas quando o assunto é medicina de precisão, muitas vezes estamos diante de doenças raras e alterações moleculares também raras, o que dificulta a utilização de estudos clássicos.

O cenário de ensaios clínicos em estágio inicial avançou com designs inovadores, como ensaios basket e umbrella, por apresentarem maior potencial para acúmulo rápido de pacientes. Eles alavancam insights genéticos e a capacidade de estudar subtipos ou mutações raras de câncer, acelerando o desenvolvimento de medicamentos.

Os ensaios basket exploram terapias em diferentes tipos de câncer com mutações compartilhadas. Um exemplo seria o uso da medicação larotrectinibe, que é um inibidor da alteração “fusão de NTRK”, e é testada para pacientes com essa alteração, independentemente do tipo de câncer.

Já ensaios umbrella testam vários tratamentos em um único tipo de câncer, guiados por alterações genéticas específicas. Podemos usar como exemplo os pacientes com leucemia linfoide aguda e que apresentam diferentes alterações nas células da leucemia, para cada alteração, o estudo avalia um medicamento específico.

Quando optamos pela utilização de terapia-alvo, muitas vezes estamos diante de doenças agressivas que, na maioria das vezes, falharam aos protocolos de quimioterapia de primeira e segunda linha (doenças recaídas e refratárias). Sendo assim, essa abordagem beneficia uma população que, muitas vezes, é carente de opções de tratamento curativo. As testagens modernas viabilizam a compreensão do benefício do tratamento em tempo adequado, ampliando o acesso a novas terapias para o câncer.


*Carolina Vince é oncopediatra do Itaci – Instituto de Tratamento do Câncer Infantojuvenil e membro do Comitê de Medicina de Precisão da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope)

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