Resolução 623, da ANS, e uma nova era da saúde suplementar

Por Hanmera Gomes

O setor de saúde suplementar brasileiro está diante de uma transformação sem precedentes. A Resolução Normativa nº 623/2024 da ANS, que entra em vigor em julho de 2025, vai muito além de uma atualização técnica — ela representa um novo paradigma para operadoras de planos de saúde, prestadores de serviços e, sobretudo, para a experiência dos beneficiários. Mais do que nunca, a tecnologia deixa de ser um diferencial competitivo e passa a ser um requisito essencial para operar com conformidade, eficiência e segurança jurídica.

Na prática, a RN 623 redefine as responsabilidades das operadoras ao exigir prazos claros para respostas, justificativas fundamentadas para negativas de cobertura e a obrigatoriedade de protocolos de atendimento com rastreabilidade de todas as interações. Urgências e emergências exigirão respostas imediatas. Solicitações assistenciais eletivas terão o prazo máximo de três dias úteis. Demandas administrativas e ouvidorias, até sete dias úteis. Para os prestadores, o impacto é direto: sem processos integrados e digitais, será impossível atender a essas exigências.

O desafio vai além do atendimento ao paciente. A RN 623 afeta o ciclo da receita hospitalar, tradicionalmente fragmentado entre áreas assistenciais, administrativas e financeiras. O modelo onde o faturamento começa apenas após a alta do paciente está obsoleto. A rastreabilidade de dados, a gestão de prazos e a comunicação estruturada entre prestadores e operadoras se tornam mandatórias — e, sem tecnologia, essas demandas são inalcançáveis.

Instituições que anteciparem essa mudança estarão mais preparadas para reduzir glosas, melhorar a previsibilidade financeira e garantir segurança regulatória. O que está em jogo é a sustentabilidade do setor: margens pressionadas, custos crescentes e exigências regulatórias mais complexas não permitem mais a informalidade e a gestão manual de processos críticos.

A tecnologia se impõe como a única solução viável para enfrentar esse cenário. Plataformas de gestão documental, automatização de processos, integração de dados clínicos e financeiros, controle de prazos em tempo real e alertas para inconsistências passam a ser pilares de um sistema de saúde mais seguro, eficiente e sustentável.

A RN 623 não é apenas um marco regulatório — é um sinal claro de que o setor de saúde precisa avançar para um modelo de gestão mais inteligente, transparente e conectado. Instituições que hesitarem em investir em soluções digitais podem se ver não apenas descumprindo normas, mas também perdendo espaço em um mercado cada vez mais exigente e competitivo.

Estamos vivendo um momento de virada. A conformidade é obrigatória, mas a modernização é estratégica. Quem se antecipar, modernizar seus processos e integrar tecnologia de forma inteligente não somente estará em conformidade com a nova regulamentação, mas também pavimentará o caminho para uma saúde suplementar mais eficiente, justa e sustentável para todos.


*Hanmera Gomes é especialista de produtos da Osigu.

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