Networking e presença digital para ampliar a empregabilidade médica
Por Bernardo Cunha
O estudo “Demografia Médica no Brasil 2023”, conduzido pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e importante levantamento sobre o setor, mostrou que há no país 562.229 médicos inscritos nos 27 Conselhos Regionais de Medicina (CRMs). O número corresponde à taxa nacional de 2,60 médicos por 1.000 habitantes e mostra um aumento, tendo em vista que existiam 548.206 profissionais em novembro de 2022. Enquanto esse crescimento tende a possibilitar mais atendimentos aos brasileiros do ponto de vista operacional no setor, há também mais concorrência entre os profissionais na busca por emprego — questão bastante relevante para quem está desempregado ou acabou de chegar ao mercado de trabalho.
Depois de formados e regularizados profissionalmente, os médicos estão habilitados para atuar em diversos locais, como hospitais e clínicas privadas, unidades públicas do Sistema Único de Saúde (SUS), consultórios particulares e até mesmo via telemedicina, modalidade regulamentada em 2022 pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Além disso, esses profissionais também podem atuar em instituições de ensino realizando pesquisas relevantes e contribuindo com a área por meios acadêmicos. Portanto, há um mundo de possibilidades que se abre aos médicos após a formação, porém, é necessário que eles estejam bem preparados para aproveitar as melhores oportunidades.
É importante que os profissionais dediquem esforços à construção de networking, ou seja, uma rede de contatos com indivíduos e empresas do ramo. Essa conexão é fundamental para que médicos consigam ter acesso às vagas de emprego e até mesmo tenham suas aptidões reforçadas por colegas de área em um processo seletivo, por exemplo. Para construir esse networking, é recomendável que os profissionais participem de eventos do setor, como congressos e seminários, bem como também podem contribuir em organizações estudantis e não governamentais.
Além disso, os médicos também devem ter um currículo bem elaborado, com destaque à formação acadêmica e, claro, às habilidades e experiências desenvolvidas previamente em estágios e práticas similares. Ter o conhecimento atualizado em pesquisas e avanços tecnológicos do segmento também é uma dica valiosa, assim como é relevante ter um portfólio on-line que destaque publicações e casos clínicos importantes. Ainda no ponto da presença digital, o médico também pode usufruir das possibilidades que as plataformas de emprego voltadas especialmente aos profissionais de saúde oferecem. Afinal, elas permitem diversas vantagens, como filtragem e busca de vagas de emprego na área, candidatura com apenas um clique e um desenvolvimento de carreira com bastante autonomia.
De modo geral, é de extrema importância que os profissionais da área estejam bem preparados para concorrer em um mercado de trabalho desafiador, mas ao mesmo tempo também bastante importante e gratificante. A resiliência no segmento e a busca contínua por aperfeiçoamento e desenvolvimento profissional são elementos de grande valia para que um médico entregue o melhor atendimento ao público e, simultaneamente, também alcance suas realizações profissionais. A tecnologia permite que surjam diversas possibilidades no mundo, e na medicina isso não é diferente, até mesmo na hora de o profissional procurar uma vaga de emprego.
*Bernardo Cunha é CO-CEO da Sinaxys, empresa em empregabilidade no setor de saúde no Brasil.