Sem Home Care, Brasil poderá precisar de mais de 16 mil leitos
Mais de 16 mil leitos serão necessários no Brasil, caso as especificidades do setor de Atenção Domiciliar à Saúde (home care) não sejam consideradas pelas autoridades. O número, apontado pelo Censo realizado em 2018 pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas/USP), pode ser ainda maior frente à atual pandemia de coronavírus. NEAD e SINESAD, entidades representativas das empresas de Atenção Domiciliar que encomendaram o estudo, aguardam a conclusão da edição 2020, já em fase final de coleta de dados
“No caso da extinção do setor, seriam necessários 16.228 leitos adicionais ao ano para que a rede hospitalar absorvesse a demanda de pacientes (equivalente ao total de leitos do Estado de Santa Catarina)”, traz a conclusão do levantamento. Segundo a equipe Fipe, os dados demonstram a importância do setor, principalmente, considerando que a maior parte do país não atende os padrões mínimos de recursos físicos (leitos por habitantes) e humanos (enfermeiros e médicos por habitantes) exigidos pela Organização Mundial de Saúde: respectivamente, 3 a 5 leitos para cada 1.000 habitantes e 1 médico e 2 enfermeiros por 1.000 habitantes.
Nos últimos anos, o setor tem sido fundamental para a sustentabilidade do sistema de saúde, com a liberação de leitos hospitalares e diminuição das filas de atendimento. No entanto, de acordo com o NEAD e SINESAD, não tem sido considerado como tal, neste momento em que “todos os elos da cadeia de Saúde precisam atuar juntos no enfrentamento à Covid-19 e no qual cada decisão das autoridades desencadeia ações que impactam diretamente no resultado da Atenção à Saúde como um todo”.