Mulheres desempenham um papel fundamental na saúde pública
Por Carolina Lastra
As mulheres desempenham um papel fundamental na saúde pública, atuando como pilares essenciais na promoção, prevenção e cuidado em saúde. No Brasil, elas representam cerca de 65% dos profissionais de saúde, conforme dados do Conselho Federal de Medicina. Essa predominância feminina é observada em diversas áreas, desde a enfermagem até a gestão hospitalar, evidenciando a importância de sua atuação para o funcionamento eficiente do sistema de saúde.
A presença feminina na saúde pública vai além dos números; ela se traduz em qualidade de atendimento e humanização dos serviços. Estudos indicam que equipes com maior diversidade de gênero tendem a apresentar melhores resultados clínicos e maior satisfação dos pacientes. Além disso, as mulheres frequentemente adotam abordagens mais colaborativas e empáticas, características essenciais para o cuidado integral dos pacientes.
Apesar de sua significativa representatividade, as mulheres ainda enfrentam desafios no setor da saúde, especialmente em posições de liderança. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, embora sejam maioria na força de trabalho da saúde, elas ocupam menos de 40% dos cargos de gestão. Essa disparidade reflete barreiras históricas e culturais que limitam o pleno potencial feminino no setor.
Neste cenário, o Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês (IRSSL) destaca-se como uma instituição que valoriza e promove a liderança feminina. Fundado em 2008 pela Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês, a organização social de saúde (OSS) é uma instituição sem fins lucrativos que possui mais de 5.000 colaboradores, sendo que as mulheres representam 73% da força de trabalho e 63% ocupam cargos de liderança e gestão.
Um exemplo notável é a gestão do Hospital Geral do Grajaú, administrado pelo IRSSL. Sob a liderança feminina, o hospital alcançou avanços significativos, como a implementação de programas de humanização do atendimento, redução de taxas de infecção hospitalar e melhoria nos indicadores de satisfação dos pacientes. E, mais recentemente, a conquista de certificação inédita que concedeu ao hospital o título de primeiro hospital estadual da América Latina 100% digital. Esses resultados evidenciam o impacto positivo da liderança feminina na gestão hospitalar e na qualidade dos serviços prestados.
A atuação das mulheres na saúde pública é indispensável para a construção de um sistema de saúde mais justo, eficiente e humanizado. A valorização da liderança feminina não apenas promove equidade, mas também resulta em melhorias concretas na qualidade do atendimento à população. É essencial reconhecer e apoiar o papel das mulheres na saúde, garantindo-lhes oportunidades iguais e valorizando suas contribuições para o bem-estar coletivo.
*Carolina Lastra, Diretora Executiva do Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês.