Mulheres com menos de 35 anos têm 44% mais chances de ter AVC
Uma pesquisa publicada na edição especial Go Red for Women 2022 do jornal médico Stroke, da American Stroke Association, uma divisão da American Heart Association, identificou que existe uma grande diferença de incidência do AVC entre mulheres e homens. Mulheres com 35 anos ou menos eram 44% mais propensas a ter um AVC isquêmico do que os homens.
Para os pesquisadores são necessários mais estudos para definir melhor as diferenças de gênero no AVC isquêmico em adultos jovens, e as contribuições que fatores de risco não tradicionais, como gravidez, pós-parto e contraceptivos hormonais, podem desempenhar na carga geral de AVC isquêmico em mulheres jovens. Almar Bastos, presidente da SBACV-RJ, destaca que a identificação precoce desses fatores de risco pode fazer a diferença, evitando eventos adversos.
Outro estudo divulgado pelo European Heart Journal recentemente indica que a raiva, tristeza e exaustão física podem ser gatilhos para a doença. A pesquisa analisou dados de 13.462 pacientes que passaram por um AVC. A cada 11 participantes, um relatou ter experimentado sentimentos de raiva ou tristeza cerca de uma hora antes da ocorrência do evento neurológico. Um em cada 20 pacientes afirma ter praticado algum tipo de esforço pesado, desencadeando uma exaustão física, no mesmo intervalo de tempo.
De acordo com Almar Bastos, presidente da SBACV-RJ, é preciso encarar o estudo com atenção, uma vez que na verdade não seriam esses sentimentos que desencadeariam o AVC .E sim o estresse consequente aos mesmos. Nessa mesma linha de pensamento, a pandemia entraria como fator de risco; pois já é sabido seu elevado potencial de estresse, alerta o doutor.
A pesquisa revelou ainda que os pacientes que experimentaram os momentos de raiva ou tristeza antes do AVC também eram mais propensos a terem um histórico de outras doenças, como hipertensão e diabetes. Além de não usarem medicação apropriada para o controle de problemas cardiovasculares. Nos casos do AVC ocorrido após esforço exaustivo, a maioria dos participantes era formada por homens jovens e não diabéticos, porém fumantes.