Covid: taxa de mortalidade é maior em idosos com comprometimento cognitivo
Os resultados de um novo estudo, liderado por pesquisadores da Geisel School of Medicine de Dartmouth e publicado no JAMA Neurology, mostram que taxas de mortalidade mais altas foram associadas à pandemia de Covid-19 entre idosos com comprometimento cognitivo — especialmente em populações de minorias raciais, étnicas e os que vivem em asilos.
Em 2020, a Covid-19 alterou abruptamente a prestação de cuidados de saúde e as operações diárias das instituições de longa permanência para idosos (Ilpis) nos EUA.
“Quando você pensa em populações adultas que estão potencialmente em maior risco de maus resultados quando as coisas mudam drasticamente e abruptamente na área da saúde, os idosos com problemas cognitivos, como a doença de Alzheimer e demências relacionadas, estão no topo ou perto do topo da lista”, diz Lauren Gilstrap, professora assistente do Instituto Dartmouth para Políticas de Saúde e Práticas Clínicas e de Medicina na Escola de Medicina Geisel de Dartmouth, que atuou como principal autora do estudo.
“Durante a pandemia, as taxas de mortalidade aumentaram na maioria, se não em todos os segmentos da sociedade — sabíamos disso ao entrar no estudo”, continua ela. “Nossa principal questão era se o aumento da mortalidade entre essas populações mais vulneráveis era proporcional ou desproporcional”.
Os pesquisadores descobriram que a mortalidade foi 24% maior entre indivíduos com déficits cognitivos em 2020, em comparação com 2019, e 14% maior para pessoas sem déficits cognitivos. Entre os residentes de casas de repouso com demência, a mortalidade foi 36% maior em 2020 em comparação com 2019, versus 25% maior para aqueles sem demência.
Segundo Lauren Gilstrap, no geral, as descobertas também destacam que, como sistema de saúde, realmente temos que pensar nas pessoas com limitações cognitivas de maneira diferente e que são necessárias soluções mais criativas para atender melhor a esse segmento altamente vulnerável da sociedade.
*Rubens de Fraga Júnior é professor da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná e é médico especialista em geriatria e gerontologia pela SBGG.