Pesquisador da PUC recebe Early Career Award por estudos sobre demência

Quem não conhece alguém com dificuldades para reconhecer seus erros ou que não consiga expressar seus sentimentos plenamente? Essas são características genéricas para diferentes quadros patológicos, mas bastante comuns em pessoas com demência, uma doença bastante específica e que atinge cerca de 2% da população mundial. A partir dos 65 anos a porcentagem dobra a cada cinco anos. Focar em estudos que contribuam para entender as especificidades da doença e de outras como Alzheimer e distúrbio bipolar e, com isso aumentar a precisão de diagnóstico, contribuiu para que o psicólogo brasileiro Daniel Mograbi, professor do Departamento de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) ganhasse o Early Career Award da International Neuropsychological Society.

Há muitos anos, Mograbi estuda a falta de conhecimento de pacientes psiquiátricos ou neurológicos têm sobre suas doenças e como, através desses resultados, pode atuar para melhorar a autoconsciência e o tratamento. Mograbi é autor de um estudo com 897 participantes da América Latina, China e Índia, identificando que a falta de consciência de problemas de memória atinge entre 60% e 80% dos pacientes. A ideia é entender como funciona o processo da autoconsciência e explorar, enquanto processo múltiplo, em que situações o profissional deve atuar e quando a consciência do paciente pode ser prejudicial ao tratamento.

Mograbi cursou doutorado no Institute of Psychiatry, Psychology & Neuroscience, do King´s College London, um centro de referência para pesquisa em saúde mental, de 2007 a 2011. Sua tese de doutorado buscou entender como pessoas com demência, em particular portadores da doença de Alzheimer, apesar de não demonstrarem consciência explícita de seus problemas, podiam reagir à informação emocional relacionada a seu problema. Desde 2016, Mograbi é Jovem Cientista do Nosso Estado pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro.

De 2016 para cá, tem estudado de forma experimental reações de pessoas com demência, utilizando a metodologia da eletroencefalografia. Uma parte do estudo foca no monitoramento de erros; outra, de respostas afetivas, incluindo em relação aos erros, explica. Os testes envolveram tarefas de tempo de reação e pediam uma estimativa de acertos, na maioria das vezes mais elevada do que de fato tinham ocorrido. Ao mesmo tempo, os pacientes tinham a atividade elétrica cerebral monitorada e, em comparação com idosos saudáveis, tiveram respostas elétricas aos erros atenuadas.

Apesar de ser mais comum com o avançar da idade, a doença não faz parte do envelhecimento normal. Ele explica que, antigamente, acreditava-se que demência era uma consequência normal do envelhecimento. “Hoje, sabemos com bastante clareza que não”, diz. Ele explica que o diagnóstico é bastante complexo e depende de exames de neuroimagem, consultas individuais, relatos da família e exclusão de quaisquer outras potenciais alterações. Uma das dificuldades do diagnóstico é precisamente a falta de consciência dos pacientes sobre seus problemas.

Agora Mograbi se prepara para uma nova etapa da pesquisa: a busca para tratamentos não invasivos que podem ajudar a estimular o cérebro e atenuar os sintomas de demência. Financiado pelo Fundo Newton e o Medical Research Council do Reino Unido, a Terapia de Estimulação Cognitiva será implementada no Brasil, Tanzânia e Índia. “A terapia é realizada em 14 sessões em grupo, entre oito e 10 pessoas, com atividades bastante lúdicas, música e comida. O método foi desenvolvido na University College London.

Para quem está interessado em postergar quadros de demência, os cuidados são os mesmos que dizem respeito à manutenção geral da saúde. Mograbi diz que tudo que faz bem para o coração, faz bem para o cérebro. Dieta equilibrada, exercícios físicos, tarefas que demandam desafios cognitivos e uma vida social ativa abrangem todos esses aspectos.

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