Desafios de um modelo sustentável para saúde pública
Por Carolina Lastra
Uma das áreas mais delicadas na gestão pública é a saúde. Não só pelo custo de equipamentos, medicamentos, terapias e outros insumos necessários nas rotinas de hospitais e unidades de saúde, mas pelos desafios operacionais de buscar a excelência no atendimento de um serviço essencial para a população, que envolve desde cuidados básicos até procedimentos de alta complexidade.
De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), 75% da população depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS), um contingente de mais de 150 milhões de pessoas. Diante dessa demanda superlativa, que exige investimentos robustos e permanentes para tentar manter a eficiência do Sistema e a qualidade assistencial, o poder público, por meio da Lei federal n° 9.637/98, oficializou e regularizou a contratação de Organizações Sociais de Saúde (OSS) para a realização de parcerias de gestão integrada com as secretarias da saúde municipais e estaduais.
Esse modelo operacional de alianças estratégicas ganhou musculatura nacionalmente e tem promovido aprimoramentos substanciais na rede SUS. De acordo com o “Censo das organizações sociais de saúde brasileiras: levantamento e caracterização”, 1.015 unidades de saúde são geridas por OSS no Brasil, sendo a maioria em hospitais-dia (32,8%), pronto-atendimento (10,5%) e hospitais (10,2%). Este número representa 1,4% dos mais de 70 mil estabelecimentos públicos de saúde.
Com o propósito de assumir o protagonismo deste setor, oferecendo toda a expertise em saúde, reconhecida e consolidada no setor privado, foi criado em 2008 o Instituto de Responsabilidade Social Sírio Libanês (IRSSL). Ancorado em valores como solidariedade, excelência e resultado, temos conseguido promover tanto na rede de saúde estadual quanto municipal de São Paulo avanços expressivos no modelo operacional e no cuidado ao paciente do SUS, tornando a instituição referência em gestão de saúde pública.
Nas oito unidades geridas atualmente pelo IRSSL, investimos em capacitação, assistência humanizada, atualização das equipes médicas, enfermagem e especialidades relacionadas. As boas práticas conferiram a quatro de nossas unidades a conquista da certificação da Organização Nacional de Acreditação (ONA).
Em 2021, gerimos 530 leitos operacionais, 80 leitos de unidade crítica, 19 salas cirúrgicas com aproximadamente 14,8 mil procedimentos realizados, 136,2 mil consultas médicas, 153,8 mil exames de imagem, 116,7 mil atendimentos de urgência, 24,7 mil internações e mais de 1 milhão de exames laboratoriais.
Trabalhando com base nas melhores práticas, experiência no segmento de saúde e relevância social, nossa atuação à frente de unidades que são referências no Estado de São Paulo conquistou um importante reconhecimento. O IRSSL acaba de receber o prêmio “Melhores Hospitais Públicos do Brasil”, pela excelência na gestão dos hospitais: Municipal Infantil Menino Jesus (HMIMJ), Geral do Grajaú (HGG) e Regional de Jundiaí (HRJ). O prêmio é concedido pelo IBROSS (Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde) em parceria com a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) e o Instituto Ética Saúde.
Esta conquista aquece o coração e motiva ainda mais o Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês a concentrar todos seus esforços e expertise no desenvolvimento do SUS, levando excelência em saúde, humanização e gestão sustentável para as unidades que administramos.
*Carolina Lastra é diretora executiva do Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês.