Desafios, estratégias e ações para a segurança do paciente
Por Caio Tavares
A segurança do paciente é componente essencial na qualidade do cuidado – em qualquer lugar em que exista um ser humano enfermo, mas muito especialmente em instituições hospitalares, já que os incidentes associados aos cuidados em saúde representam uma elevada morbidade e mortalidade, em todo o mundo.
O grande desafio é sensibilizar os profissionais de saúde e os próprios pacientes para a temática da segurança, propondo políticas de atendimento que integrem normas e procedimentos capazes de reduzir, a um mínimo aceitável, os riscos associados aos cuidados em saúde.
O desenvolvimento de estratégias para a segurança do paciente depende do conhecimento e do cumprimento do conjunto de normas e regulamentos que regem o funcionamento de uma instituição de saúde. Estudos mundiais apontam que situações que expõem pacientes a eventos adversos são alarmantes.
A implantação de protocolos básicos de segurança do paciente faz parte de um grande arcabouço de documentos que abordam, de forma minuciosa, os aspectos fundamentais no constante aperfeiçoamento do cuidado. Entre esses protocolos e normas estão a correta identificação do paciente, comunicação efetiva entre os profissionais, uso seguro de medicamentos, cirurgia segura, higienização das mãos, prevenção de lesão por úlcera de pressão e prevenção do risco de quedas.
É importante que os serviços de saúde realizem ações específicas envolvendo todos os profissionais, inclusive os próprios pacientes, para o entendimento de que a maioria desses eventos são evitáveis e necessitam ser notificados para a compreensão de suas causas e investigações para a prevenção.
Todos os profissionais de saúde podem e devem notificar falhas no cuidado, sejam essas no paciente, no ambiente ou nos processos de trabalho. É por meio destas notificações que são geradas oportunidades de melhorias nos processos assistenciais.
Muitas instituições de saúde implantam comitês profissionais específicos para fomentar a prevenção, controle e redução de falhas assistenciais através do monitoramento sistemático dos riscos assistenciais e do compartilhamento do conhecimento dos seus atores. Dentre os benefícios esperados para essas estratégias estão a maior qualificação do cuidado, atendimento às legislações vigentes, proteção da imagem institucional e promoção de uma cultura voltada à qualidade e segurança dos pacientes.
E todos os atores envolvidos nesse contexto podem e devem participar e contribuir com a campanha, lançada em 2013 pelo Ministério da Saúde, que criou o Programa Nacional de Segurança do Paciente e estabeleceu o mês de abril para ser integralmente dedicado ao tema.
Além de atuar para o envolvimento do próprio paciente e seus familiares na promoção da segurança, os profissionais da saúde são os protagonistas de várias outras ações envolvendo o tema, colaborando para que a mobilização das equipes seja total.
Mas ainda há um longo caminho a percorrer na implementação dessas ações e políticas – sobretudo, para que elas sejam compreendidas, plenamente adotadas e exercitadas por todos os profissionais, no cotidiano do cuidado.
E a única direção, no sentido de transpor esse grande desafio, é proporcionar às equipes total acesso à capacitação específica em segurança do paciente. Nesse aspecto, o protagonismo dos profissionais de saúde nos processos de qualificação do cuidado é um aspecto central que, além de promover o melhor atendimento, também ajuda muito a disseminar as melhores práticas em segurança, ajudando as instituições na conquista de reconhecimentos internacionais em qualidade, como as Certificações pela ISO 9001 e da Acreditação pela JCI que o Hospital Dona Helena, de Joinville (SC), mantém em seu perfil institucional.
*Caio Tavares é coordenador de Gestão da Qualidade do Hospital Dona Helena,
de Joinville (SC)