Mercado de cuidados para diabetes cresce na América Latina

O mercado latino-americano para cuidados com a diabetes está em ascensão e as principais justificativas para isso é a má alimentação, o sobrepeso e o sedentarismo. Segundo relatório da Mordor Intelligence, o tamanho do mercado latino-americano de medicamentos para cuidados com diabetes é estimado em US$ 4,71 bilhões em 2024, e deverá atingir US$ 5,58 bilhões até 2029, crescendo a um CAGR (taxa de crescimento anual composto) de 3,48% durante o período de previsão (2024 a 2029). “No diabético tipo 2, em mais de 90% dos casos há sobrepeso e obesidade, com resistência à insulina, ou seja, embora esses pacientes produzam insulina, pelo excesso de tecido adiposo, ela não atua de maneira efetiva e, então, a glicose aumenta no sangue”, explica Deborah Beranger, endocrinologista, com pós-graduação em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (SCMRJ).

Segundo o relatório, o número de pessoas com diabetes no Brasil corresponde a 24,59 milhões. “A condição, quando não controlada, resulta em muita inflamação que pode trazer consequências negativas para todo o organismo, incluindo visão, nervos e membros inferiores, além de provocar desidratação, dificuldade de cicatrização e complicações respiratórias. Rins e coração estão entre os principais afetados”, completa a endocrinologista. “Aproximadamente 463 milhões de adultos em todo o mundo viviam com diabetes em 2019, e em 2045 esse número deve aumentar para 700 milhões, segundo projeções baseadas no estilo de dieta da população”, explica a médica nutróloga Marcella Garcez, professora e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). Estima-se que, no mundo, 374 milhões de pessoas correm maior risco de desenvolver diabetes tipo 2, a forma mais comum da doença.

De acordo com o relatório, a prevalência de diabetes é elevada em países da região latino-americana, na medida em que a taxa de obesidade é gradualmente crescente, combinada com a predisposição genética para a diabetes tipo 2, o que tem funcionado como um motor proeminente para o aumento da população diabética tipo 2 nos últimos 40 anos.

A metformina é o medicamento oral para diabetes mais comumente usado. Já existe há muito tempo e foi extensivamente pesquisado. Poucos pacientes com diabetes tipo 2 também dependem de insulina. No entanto, a médica explica ser necessário educar o paciente sobre mudanças no estilo de vida, principalmente na dieta e terapia com exercícios. “O paciente deve ser incentivado a iniciar um programa de exercícios, parar de fumar e perder peso. Qualquer que seja o agente hipoglicemiante oral prescrito pelo médico, os membros da equipe interprofissional devem estar cientes dos potenciais efeitos colaterais e das interações com outros medicamentos, fornecer conselhos sobre dieta e exercícios e colaborar para otimizar os resultados terapêuticos”, explica a endocrinologista. Já a médica nutróloga Marcella Garcez ressalta a importância da indicação dos exercícios de força resistida, como a musculação e os treinos funcionais, que aliam exercícios de força e aeróbicos. “Eles têm como objetivo aumentar ou preservar a massa muscular e deste modo manter a taxa metabólica basal e gasto energético dentro do esperado para a composição corporal. Um diabético com boa estrutura muscular terá melhores condições fisiológicas para o controle de sua doença crônica”, explica Marcella.

A médica Deborah explica que as recomendações dietéticas para prevenção e controle do diabetes tipo 2 priorizam quase exclusivamente o consumo de alimentos nutricionalmente balanceados que são fonte de fibras, proteínas magras e gorduras saudáveis e são pobres em açúcares livres. “Padrões alimentares como a dieta mediterrânea e a dieta DASH, que colocam grande ênfase em grupos de alimentos (por exemplo, grãos integrais, legumes, nozes, frutas e vegetais), independentemente do processamento dos alimentos, são bem-vindas”, observa a médica endocrinologista.

O relatório ainda destaca que o Brasil oferece um extenso programa de imunização gratuito. Programas como “Saúde Não Tem Preço (SNTP)”, conduzidos pelo Ministério da Saúde, associaram-se a farmácias privadas no Brasil para fornecer aos pacientes com diabetes dois tipos de insulina (insulina humana regular e insulina isofânica ou NPH) e três medicamentos antidiabéticos orais (5 mg de glibenclamida e 500 e 850 mg de metformina) gratuitamente. “Mas o estilo de vida também conta para o controle da doença. Na dieta, devemos também evitar a alta ingestão de ultraprocessados, o que pode exacerbar os riscos à saúde em pessoas com diabetes tipo 2”, diz a médica Deborah.

Medicamentos que estão sendo prescritos para o tratamento da obesidade, como Ozempic, Monjauro e Wegovy também podem ajudar no controle da doença, segundo a médica, na medida em que retardam o esvaziamento gástrico e devem inflar ainda mais o mercado. “Eles promovem e prolongam os sinais de saciedade do intestino ao cérebro. E isso pode ajudar no controle do açúcar no sangue”, finaliza a médica endocrinologista.

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