Medicina nuclear ajuda na detecção de Alzheimer e Fibromialgia
Fibromialgia e Alzheimer são doenças diferentes, mas que apresentam pelo menos um ponto em comum: são incuráveis. A campanha Fevereiro Roxo foi criada em 2014 como forma de conscientizar a população para a importância do diagnóstico precoce dessas enfermidades.
A Fibromialgia – caracterizada por dor no corpo, principalmente na musculatura – é vista em pelo menos 5% dos pacientes que vão a um consultório de Clínica Médica e em 10 a 15% dos pacientes que vão a um consultório de Reumatologia. De cada 10 pacientes com Fibromialgia, sete a nove são mulheres. Além disso, estima-se que existam no mundo cerca de 35,6 milhões de pessoas com a doença de Alzheimer. No Brasil, há cerca de 1,2 milhão de casos, a maior parte deles ainda sem diagnóstico.
De acordo com o especialista em medicina nuclear pela Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Diego Pianta, para o Alzheimer não há um exame específico que detecte a patologia, mas há alguns que corroboram ou afastam a hipótese. “Exames de imagem de medicina nuclear podem ser auxiliares importantes na confirmação ou exclusão desta possibilidade. Os mais consolidados são cintilografia de perfusão cerebral e o PET-CT neurológico com FDG, que avaliam a atividade cerebral e, mais recentemente, o PET-CT com marcador amiloide, capaz de demonstrar a presença de placas amiloides no cérebro – que está sempre presente em paciente com Doença de Alzheimer”.
Além disso, o especialista em medicina nuclear fala sobre o novo exame PET Amilóide. É um procedimento que permite ver se tem ou não um grupo de doenças raras, causadas pelo depósito de proteínas insolúveis no cérebro. O material usado se liga nas placas amiloides, então se tiver, vai aparecer (com ótimas sensibilidade e especificidade) e se não tiver, o exame é negativo. Permite diferenciar doenças neurológicas, especialmente Doença de Alzheimer e Demência frontotemporal.
Por sua vez, o diagnóstico da Fibromialgia é feito por exclusão. Ou seja, o paciente apresenta dores nos músculos, ossos, ligamentos e articulações (osteomusculares) em diversos pontos definidos, sem causa aparente que justifique as dores. “Neste arsenal diagnóstico, entram diversos exames de imagem, como a cintilografia óssea, para a exclusão de outras causas que possam explicar os sintomas”, explica Diego.
O médico nuclear alerta em relação à idade em que as patologias podem aparecer. “Doença de Alzheimer é uma doença eminentemente de pacientes adultos e idosos. Casos raros podem comprometer pacientes adultos precocemente, mas pouco provável antes dos 50 anos. Fibromialgia acomete mais as mulheres que os homens, sendo que o diagnóstico ocorre mais comumente no grupo de mulheres entre os 30 e os 50 anos de idade”.