Medicina de Precisão no Brasil será debatida no IPEA
Baseada nas características de cada indivíduo, a medicina de precisão (ou personalizada), é o tema do seminário Medicina de Precisão: Potencial, Impactos e Utilização no Brasil, promovido pelo Centro de Pesquisa em Ciência, Tecnologia e Sociedade do Ipea amanhã, terça-feira, 9 de abril, no Instituto, no Rio de Janeiro.
A partir do perfil genético de cada indivíduo, informações mais precisas são geradas e oferecem aos pacientes tratamentos mais adequados e resultados mais eficazes. “Mas afinal, será que além de aumentar a efetividade do tratamento, a medicina de precisão também pode, no longo prazo, ajudar a reduzir o custo do tratamento de doenças como o câncer? Ou, ao contrário, será que seus altos custos limitarão o acesso a esse tipo de tratamento? Do ponto de vista de políticas públicas, quais as vantagens ou desvantagens para países como o Brasil investirem no desenvolvimento da medicina de precisão? Existe também a oportunidade de criação de novos negócios e de inovações nessa área? Essas são algumas questões que entrarão em debate”, esclarece Fernanda de Negri, coordenadora do Centro.
Do ponto de vista do tratamento, a medicina de precisão permite escolher drogas que minimizem efeitos colaterais e que produzam os melhores resultados. Permite também detectar susceptibilidade a certas patologias, mesmo antes que elas se manifestem clinicamente, viabilizando seu monitoramento e até mesmo prevenção.
Este setor da medicina também tem impulsionado o desenvolvimento de soluções para indivíduos ou grupos de pacientes que não responderiam a tratamentos convencionais, podendo potencialmente reduzir custos e demora de ensaios clínicos.
De acordo com a Personalized Medicine Coalition, instituição norte-americana que reúne especialistas com foco no desenvolvimento de estudos, produtos e serviços para pacientes e sistema de saúde, o número de drogas, tratamentos e diagnósticos personalizados disponíveis passaram de 13 em 2006 para 113 em 2014.
Enquanto nos Estados Unidos a produção e disponibilização de produtos e serviços de medicina de precisão aumentam rapidamente, no Brasil há ainda poucas iniciativas nesse sentido, realidade que parece ainda mais distante da rede pública.