Mayo Clinic inaugurará primeiro centro de radiação de íons de carbono das Américas
O tratamento de tumores cerebrais e na base do crânio ainda é um desafio significativo para a medicina, devido à área onde estão localizados, que apresenta alto risco de comprometimento durante cirurgias ou tratamentos quimioterápicos convencionais. Recentemente, houve avanços nesse campo, com a introdução de novas técnicas que prometem revolucionar o tratamento desses tumores e oferecer mais esperança aos pacientes que enfrentam essas condições.
Técnicas como a remoção de tumores com o paciente acordado, cirurgias minimamente invasivas com o uso de endoscópios e cirurgias a laser trouxeram uma evolução ao tratamento desses pacientes, resultando em melhores taxas de controle tumoral e menores chances de déficits pós-operatórios. Uma dessas técnicas é o uso da radiação de íons de carbono, ainda pouco utilizada no mundo e inédita no Brasil, que pode ser empregada para tratar tumores mais resistentes, minimizando a exposição do tecido normal adjacente e tornando-se ideal para o tratamento de tumores cancerígenos em áreas sensíveis do corpo.
João Almeida Almeida, da Mayo Clinic, está presente no Brasil neste mês participando de congressos em Belo Horizonte e São Paulo, nos quais debaterá sobre os avanços em cirurgias para tumores cerebrais. Atualmente, a Mayo Clinic está desenvolvendo um projeto do Centro de Radioterapia, Oncologia e Terapia de Íons de Carbono, a ser inaugurado em 2025. O novo centro de radioterapia oncológica integrativa que abrigará o primeiro centro de radiação de íons de carbono das Américas.
Este tratamento revolucionário, disponível apenas em alguns centros ao redor do mundo, é útil para casos de tumores cerebrais selecionados, câncer de cabeça e pescoço, e outros cânceres complexos. O centro foi concebido para ser um destino para pacientes de todo o mundo, com a Mayo Clinic buscando estabelecer novas colaborações com a América Latina para fornecer mais cuidados aos pacientes da região. A Mayo Clinic investirá até 2027 US$ 233 milhões na instalação que produzirá feixes de íons de carbono para o tratamento de tumores cancerígenos. Além disso, está em curso o desenvolvimento e uso de inteligência artificial para aprimorar os processos cirúrgicos.