Hapvida e USP firmam parceria para estudar a longevidade de pessoas centenárias no Brasil

A longevidade é caracterizada pela capacidade de se viver mais. No Brasil, diversos idosos vêm ultrapassando a marca dos 100 anos de vida. Muitos deles desfrutam de uma boa saúde, embora isso varie. Chegar a essa idade é uma conquista notável e envolve uma combinação de fatores biológicos, ambientais e comportamentais. Para identificar a influência da predisposição genética diante dessa realidade, o Instituto Internacional de Pesquisa e Educação (IPE) da Hapvida NotreDame Intermédica firmou uma parceria com o Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco da Universidade de São Paulo (USP).

“Possuímos um extenso banco de dados que abrange informações sobre a vida e a jornada de saúde de nove milhões de beneficiários de todas as idades. Nesse universo, identificamos mais de 300 indivíduos que têm 100 anos ou mais, conhecidos como centenários. Eles representam um grupo valioso. A sinergia entre a pesquisa e o atendimento médico contínuo oferece uma oportunidade única. Ao integrar as informações de saúde com a linha de estudo, podemos investigar como os fatores genéticos, o estilo de vida e os cuidados médicos influenciam a longevidade. Essa abordagem colaborativa tem o potencial de revelar descobertas significativas que podem transformar práticas de saúde e contribuir para o avanço de conhecimentos”, afirma Rodrigo Sardenberg, gerente médico nacional de pesquisa da Hapvida NotreDame Intermédica.

Em São Paulo, a Hapvida acompanha 25 pacientes com mais de 100 anos de idade. Eles são monitorados por uma equipe multiprofissional da rede e estão inclusos em linhas de cuidados, conforme indicação técnica e necessidade, focando em melhorar significativamente os desfechos em saúde. A partir dele, os pesquisadores podem ter acesso detalhado ao histórico de saúde desses centenários, bem como ao contexto clínico no qual eles são tratados. O acompanhamento contínuo e o registro detalhado oferecido pelo programa possibilitam uma conexão entre dados clínicos e genéticos, logo podem ajudar a identificar fatores específicos, como condições de saúde anteriores e tratamentos recebidos, influenciando a longevidade.

O estudo, que recebe o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), irá aprofundar o conhecimento sobre os processos biológicos que ocorrem durante o envelhecimento, a partir da posterior criação de um banco de dados genômicos com finalidade exclusiva de pesquisa.

“Queremos saber quais são e como agem esses genes que regulam o organismo desses idosos e contribuem para envelhecer sem grandes fragilidades”, explica a bióloga geneticista Mayana Zatz, coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano e Células Tronco da USP.

Envelhecimento populacional

O aumento da expectativa de vida é uma tendência mundial, daí a importância da prevenção de doenças e do acesso aos mais inovadores e assertivos tratamentos. Em longo prazo, os resultados da pesquisa podem levar ao desenvolvimento de novos medicamentos, ao avanço das terapias gênicas e de intervenções nutricionais para um envelhecimento saudável.

Ao identificar os fatores genéticos e ambientais associados à longevidade, a pesquisa pode contribuir também para a criação de programas e políticas públicas que promovam a saúde e o bem-estar dos idosos.

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