Setor de saúde se mobiliza para cumprir resolução da CVM sobre ESG
A menos de um mês para fechar o ano, as empresas do setor de saúde estão se mobilizando para cumprir as exigências da Resolução 193, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que determina a divulgação das informações sobre ESG nas demonstrações financeiras, em 2026. De acordo com o sócio-diretor de consultoria em ESG da KPMG, André Winter, é nesse período que as companhias devem revisar as estratégias e aprovar as ações que serão colocadas em práticas ao longo de 2025.
“Essas ações devem ser discutidas e aprovadas pelos comitês das empresas agora para serem incluídas no plano de negócio que começará a ser implementado em menos de 30 dias. Estas deverão ser obrigatoriamente reportadas no balanço contábil de 2026. O que temos visto é que uma fatia das companhias de capital aberto do setor de saúde já tem experiência no envio voluntário dos relatórios de sustentabilidade, mas outras terão que iniciar do zero”, analisa Winter.
De acordo com ele, é preciso que a empresa entenda os riscos, oportunidades, impactos do negócio e alinhe as estratégias de sustentabilidade. Dessa forma, será possível divulgar os indicadores relacionados às mudanças climáticas e apresentar as ações de governança, gestão de crises, métricas e estratégias para lidar com as questões de ESG. Ainda segundo Winter, o investidor terá mais segurança para realizar operações com companhias de capital aberto ao ter acesso a um relatório da CVM com informações não só financeiras, mas também sobre sustentabilidade.
“Percebemos que as organizações estão buscando compreender os detalhes da resolução, por se tratar de uma demanda ampla e, possivelmente, com particularidades a serem definidas, especialmente, para o setor de saúde”, pondera.
Esta norma dispõe sobre a elaboração e divulgação do relatório de dados financeiros relacionados à sustentabilidade, com base no padrão internacional emitido pelo International Sustainability Standards Board (ISSB), como referência para todas as companhias abertas do Brasil. De acordo com a CVM, a resolução fornece um arcabouço global efetivo e proporcional de informações voltadas aos investidores, servindo para auxiliar os mercados financeiros globais a avaliarem os riscos e oportunidades.