Preços de Medicamentos para Hospitais têm alta discreta de 0,04%
O Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H), desenvolvido pela Fipe com base em dados de transações realizadas na plataforma Bionexo, registrou uma leve alta de 0,04% nos preços de medicamentos hospitalares em setembro de 2024, ficando perto da estabilidade.
Comparativamente, os resultados do IPCA/IBGE indicaram uma inflação ao consumidor de 0,44% em setembro, enquanto a apuração do IGP-M destacou uma elevação mensal de 0,62% nos preços da economia. Além disso, dados do Banco Central indicaram uma apreciação do Real no período (-0,20%).
Entre os grupos terapêuticos que integram a cesta de cálculo do IPM-H, os resultados foram mistos. Entre os que influenciaram positivamente o comportamento do índice, estão: aparelho respiratório (+2,41%); imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (+1,76%); anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (+1,34%); aparelho digestivo e metabolismo (+0,75%); sistema musculoesquelético (+0,64%); e órgãos sensitivos (+0,01%). Em contrapartida, os grupos aparelho cardiovascular (-5,65%); aparelho geniturinário (-5,26%); preparados hormonais (-1,83%); sangue e órgãos hematopoiéticos (-1,28%); sistema nervoso (-0,69%); e agentes antineoplásicos (-0,19%) tiveram retração.
No balanço parcial de 2024, o IPM-H registra uma valorização de 3,85%. Nesse período, quase todos os grupos terapêuticos registraram aumentos nos seus respectivos preços: aparelho digestivo e metabolismo (+13,68%); sistema nervoso (+8,87%); aparelho respiratório (+6,79%); órgãos sensitivos (+6,76%); imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (+6,07%); aparelho geniturinário (+5,69%); anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (+4,09%); agentes antineoplásicos (+3,88%); sistema musculoesquelético (+1,10%); preparados hormonais (+0,63%). As exceções envolveram dois grupos: aparelho cardiovascular (-5,52%), sangue e órgãos hematopoiéticos (-2,27%).
Analisando os últimos 12 meses encerrados em setembro, o IPM-H apresenta uma valorização acumulada de 2,72%. Nesse recorte, o comportamento do índice pode ser explicado a partir das variações positivas nos preços dos grupos: aparelho digestivo e metabolismo (+15,65%); aparelho respiratório (+7,83%); órgãos sensitivos (+6,87%); imunoterápicos, vacinas e antialérgicos (+6,54%); anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (+5,26%); sistema nervoso (+5,06%); agentes antineoplásicos (+3,67%); e aparelho geniturinário (+3,55%). Em contraste, os grupos terapêuticos com reduções de preço nesse período foram: aparelho cardiovascular (-12,81%); sangue e órgãos hematopoiéticos (-6,59%); sistema musculoesquelético (-2,32%); e preparados hormonais (-2,12%).
De acordo com Bruno Oliva, economista e pesquisador da Fipe: “Em termos de sazonalidade, a discreta alta em setembro (+0,04%) veio acima do comportamento médio para esse mês nos nove anos anteriores (-0,61%).
Além da possível influência residual da depreciação da taxa de câmbio (que afeta custos de medicamentos importados e custos logísticos), o período foi marcado pelo aumento dos preços de alguns grupos de medicamentos, especialmente aqueles atuantes sobre o aparelho respiratório; além de imunoterápicos, vacinas, antialérgicos e anti-infecciosos.
Esses produtos, como se sabe, são mais demandados por hospitais em períodos com a maior incidência de casos e internações relacionadas a doenças respiratórias e infecciosas, especialmente durante o inverno. Em alguma medida, é possível considerar a hipótese de que o agravamento recente de fenômenos climáticos e ambientais (incluindo temperaturas extremas, tempo seco e piora na qualidade do ar, associada a poluição por queimadas) tenham colaborado para aumentar a demanda por esses medicamentos e, consequentemente, a pressão sobre os preços de mercado”.
Acesse aqui a íntegra do informe do IPM-H de setembro/2024.