Interoperabilidade no sistema hospitalar voltada a processos

As tecnologias para o setor de saúde que podem dar um salto em termos de interoperabilidade já estão disponíveis, afirmam os especialistas que participaram do webinar “Desafios para a interoperabilidade no sistema hospitalar”, promovido pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp). Mas para que todo o sistema de saúde seja, de fato, integrado, existem desafios de outras naturezas que precisam ser superados.

Dentro das instituições o conceito está em prática em estágios que estão mais ou menos desenvolvidos. “Agendamos no aplicativo, fazemos check in no toten, enviamos a informação no telão que faz a chamada do paciente, o médico solicita a medicação no sistema que informa o enfermeiro e assim por diante até os exames, internação e alta do paciente. Tudo isso é interoperabilidade”, explicou Ailton Brandão, diretor de TI e Inovação no Hospital Sírio-Libanês.

“Isoladamente, as organizações têm nível satisfatório de interoperabilidade”, concordou Rogério Chaves Pires, diretor do segmento de Saúde na TOTVS. Porém, a questão fica mais complexa quando o tema sai daquele ambiente. “Até onde queremos chegar?”, provocou Rodrigo Abdo, diretor de Novos Negócios LATAM da Philips. E, a partir disso, os participantes apontaram a necessidade de um grau maior de entendimento e colaboração entre os players para o projeto avançar.

Regulamentação e organização

Brandão, do Sírio, destacou que a cadeia de saúde ainda tem dúvidas sobre como os dados serão utilizados, o que acaba retardando o processo. E acredita que isso deve passar necessariamente por uma “solução governamental”, com “regulamentação de qualidade” criada após estudos detalhados e ampla participação do setor e da sociedade.

Além disso, também existe um grande desafio técnico, pois a transformação tecnológica não está ocorrendo de forma homogênea pelo sistema. “Os hospitais têm momentos próprios para atualização e toda a cadeia tem velocidades diferentes de update”, explicou Emerson Zarour, diretor de Inovação da MV. De acordo com os especialistas, em muitas unidades de saúde pelo país os dados ainda estão arquivados em papel. “O grau de informatização é muito baixo”, admitiu Abdo, da Philips.

Felipe Reis, gerente executivo de Tecnologia Médica e Inovação na BP — A Beneficência Portuguesa de São Paulo, contou que mesmo a sua instituição ainda está “em fase de organização dos dados, do data lake”. Ele destacou também que a falta de padrão para as informações e de conectividade entre os sistemas das diferentes unidades é outro obstáculo para a comunicação entre elas.

Investimento

Investimento é uma das condições para avançar nesse sentido, mas tecnologia em saúde é “muito caro”, como atestou Brandão, do Sírio. Segundo o executivo, os hospitais associados à Anahp empregam cerca de 4,5% da receita líquida em TI, o que é um grande esforço para as instituições. “Os setores público e filantrópico sentem ainda mais”, comparou.

Abdo, da Philips, argumentou que, embora o investimento seja realmente alto, os ganhos com eficiência podem ser maiores. Zarour, da MV, concordou, mas completou que as empresas de tecnologia precisam ser mais convincentes na demonstração dos benefícios de uma futura interoperabilidade do sistema.

Brandão, do Sírio, aproveitou e lembrou que os provedores de soluções também deveriam ser mais colaborativos e trabalhar para permitir a integração entre os seus produtos. Pires, da TOTVS, respondeu que considera uma “obrigação” da indústria oferecer soluções abertas e evoluir para um padrão operacional. “Não podemos criar uma caixa preta para o cliente”, definiu.

Paciente

Apesar de todos os desafios, Pires alertou que é preciso manter o foco no paciente e garantir que ele, dono da informação, seja beneficiado com o compartilhamento dos dados. “O sistema público está mais evoluído nesse sentido com ferramentas como o passaporte da vacinação, por exemplo”. Zarour acrescentou que a inteligência deve ser utilizada para aprimorar a jornada do usuário e utilizou o Pix como exemplo de algo simples e resolutivo. “Brasileiro cuida da saúde somente quando sente dor porque o sistema não oferece uma boa experiência”, resumiu.

Abdo, da Philips, concordou que o objetivo principal “é melhorar o desfecho clínico” para o paciente e Pires, ampliou a abordagem, lembrando que o compartilhamento de informações vai permitir a formulação de políticas públicas mais efetivas, com benefícios para toda a população.

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