Instrumentador: como a tecnologia pode auxiliar no dia a dia?
Dia 6 de maio é comemorado o Dia do Instrumentador. Na sala de cirurgia, dentre suas funções, a mais conhecida é a de controlar materiais imprescindíveis para a realização de procedimentos cirúrgicos. Há 28 anos atuando na profissão, acredito que para o sucesso do procedimento cirúrgico, cirurgião e instrumentador devem estar em perfeita sintonia.
Engana-se quem acha que o instrumentador cirúrgico é apenas responsável pelo auxílio à equipe médica na administração dos instrumentos cirúrgicos no ambiente hospitalar. O profissional prepara o ambiente operatório para o procedimento e acompanha todo o processo, do início ao fim, é o primeiro a entrar e o último a sair. É responsável por toda a logística da sala, pela checagem, montagem e organização de todos os itens da mesa de instrumentação cirúrgica. Além disso, ele precisa conhecer o passo a passo de cada cirurgia, visto que elas podem variar dependendo da especialidade do médico. São os cuidados do instrumentador que garantem a diminuição dos índices de contaminação e de infecção pós-operatórias, e na redução do tempo da cirurgia.
Um fator que vem contribuindo bastante nos últimos anos para a área médica é o avanço da tecnologia. Os equipamentos utilizados em uma cirurgia, como aparelhos e instrumentos para cirurgias minimamente invasivas, também vêm se modernizando. Na minha área de especialização, a neurocirurgia, uma das evoluções mais recentes é o neuronavegador, aparelho com formato de uma caneta que auxilia cirurgias cerebrais com menor invasão, através de um software que consegue unir a imagem da ressonância magnética a anatomia do paciente em tempo real, podemos dizer que é semelhante a um GPS. Além dele, a evolução das cirurgias para hérnia de disco por endoscopia, bem como os hemostáticos, que foram uma grande conquista para a área. O produto é aplicado diretamente durante uma cirurgia para ajudar a conter o sangramento, e, com sua modernização, permitiu um maior controle de sangramento possibilitando maior segurança e menor risco de vida ao paciente.
A adaptação dessas novas ferramentas nos Centros Cirúrgicos contribui para uma maior eficiência nas cirurgias, otimizando o trabalho de toda a equipe médica, aumentando a produtividade do hospital e tornando os procedimentos mais seguros e os resultados mais eficazes para os pacientes.
No Brasil, o projeto de lei PL 642/2007 solicita a regulamentação do Instrumentador Cirúrgico como profissional responsável durante o ato operatório, atribuindo funções e responsabilidades específicas nos procedimentos.
* Luciana Gutierrez é instrumentadora cirúrgica especializada em Neurocirurgia.