Como a inovação impulsiona a competitividade na saúde

Por Ana Marisa Chudzinski-Tavassi, Linda Bernardes e Roger Chammas

Ana Marisa

A inovação é um dos principais motores do desenvolvimento econômico e social. Dela saem avanços tecnológicos, melhorias na qualidade de vida e crescimento sustentável. Quando a pesquisa científica ultrapassa os limites da academia e se transforma em produtos, serviços ou processos inovadores, gera impactos significativos na sociedade e fortalece a competitividade das nações.

Esse processo, no entanto, não ocorre espontaneamente. Depende de investimentos robustos e consistentes em ciência e tecnologia, políticas públicas bem estruturadas, colaboração eficiente entre universidades, empresas e governo e, sobretudo, de recursos humanos altamente qualificados.

Linda Bernardes

No setor da saúde, a inovação desempenha um papel crucial, promovendo o acesso a novos tratamentos, a eficiência dos sistemas de saúde e a criação de novas oportunidades econômicas. A área de saúde está em transformação constante, impulsionado por tecnologias emergentes como inteligência artificial, biotecnologia, impressão 3D de tecidos, nanomedicina e terapias gênicas. Empresas e países que investem na pesquisa e no desenvolvimento dessas tecnologias garantem vantagens competitivas significativas, promovendo melhorias nos sistemas de saúde e geração de riqueza.

Roger Chammas

Diante desse contexto, é essencial compreender como a inovação em saúde impulsiona a competitividade e de que maneira a formação de recursos humanos pode acelerar a translação do conhecimento para o mercado, garantindo impactos econômicos e sociais sustentáveis. Os impactos econômicos e sociais da inovação em saúde refletem a aplicação da pesquisa científica no setor de saúde, cujos benefícios vão além do avanço clínico, atingindo diretamente a economia e a sociedade.

Entre os principais impactos, destacam-se a redução de custos e eficiência no atendimento por meio de tecnologias como inteligência artificial e big data que otimizam diagnósticos, tratamentos e gestão, reduzindo desperdícios e melhorando a eficiência dos sistemas de saúde. Além disso, a geração de empregos e desenvolvimento econômico é uma realidade com o crescimento do setor healthtech, com mais de 1.200 startups no Brasil, o que demonstra como a inovação em saúde gera oportunidades para profissionais qualificados. Fora a ampliação do acesso a novos tratamentos como terapias inovadoras e a digitalização da saúde que permitem que tratamentos cheguem ao mercado mais rapidamente e sejam mais acessíveis para a população.

Os casos de sucesso na transferência da ciência para o mercado foram constatados mais recentemente, durante a pandemia da Covid-19, com o desenvolvimento em tempo recorde de vacinas de RNA mensageiro, demonstrando a importância da colaboração entre universidades e indústrias farmacêuticas. Outro exemplo bem-sucedido é a impressão 3D na medicina, que permite a fabricação de próteses personalizadas e tecidos artificiais a custos reduzidos. Há ainda as inovações recentes como o uso da Inteligência artificial no diagnóstico médico e tecnologias desenvolvidas por startups brasileiras que utilizam algoritmos para detectar doenças como AVC e câncer de pulmão.

Todos esses avanços só foram possíveis devido à existência de profissionais altamente capacitados, capazes de integrar conhecimentos científicos com a prática empreendedora e regulatória. Nesse sentido, a necessidade de formação de recursos humanos como pilar da Inovação em Saúde.

Entretanto, para atender à crescente demanda por profissionais qualificados, o ensino superior precisa integrar conhecimentos técnicos com experiências práticas. Algumas estratégias atuais incluem a criação de disciplinas e cursos em inovação em saúde nas universidades, abordando desde o desenvolvimento tecnológico até a modelagem de negócios.

Para isso, tem sido fundamental as parcerias entre universidades, hospitais e empresas, proporcionando experiências reais por meio de programas de residência em inovação, além da capacitação contínua através de MBAs, especializações e cursos de extensão focados em inovação e empreendedorismo na saúde.

Investir na formação de talentos não é apenas uma necessidade acadêmica, mas uma estratégia de desenvolvimento sustentável, garantindo que a pesquisa científica se traduza em soluções inovadoras para os desafios do sistema de saúde.

A inovação só acontece quando há pessoas preparadas para transformar ideias em realidade. Portanto, investir na formação de recursos humanos para a inovação em saúde é a chave para um futuro mais competitivo, acessível e sustentável.


*Ana Marisa Chudzinski-Tavassi é diretora do Centro de Desenvolvimento e Inovação do Instituto Butantan e do Centro de Excelência em Novos Alvos Moleculares (CENTD).  *Linda Bernardes é professora de mestrado em Ciência, Tecnologia e Gestão Aplicadas à Regeneração Tecidual e em Ensino em Ciências da Saúde da EPM-UNIFESP, e responsável pelo Laboratório de Empreendedorismo e Inovação em Saúde da Escola Paulista de Medicina da Unifesp (EPM-UNIFESP). *Roger Chammas é professor Titular de Oncologia da Universidade de São Paulo, e diretor do Centro de Pesquisa Translacional em Oncologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo do HCFMUSP.

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