Informação é poder. Mas apenas se souber usá-la

Por Paula Menezes e Flávia Lima

Paula Menezes

Houve um tempo longínquo em que o médico era o detentor de toda informação. Ele sabia tudo da doença, dos medicamentos que existiam, das opções de tratamento. Ao médico, era imputado o poder de decidir sobre a vida do paciente: “faço o que o senhor mandar, Doutor”.

Hoje os tempos são outros. Ainda bem. O acesso à informação foi ampliado, não apenas ao “Dr. Google”, mas também às organizações da sociedade civil. Nos canais da ABRAF, por exemplo, nós fazemos questão de trazer discussões sobre medicamentos disponíveis no SUS e drogas que estão fora do acesso do paciente (seja porque nem chegaram ao Brasil seja porque não foram incorporadas ao SUS).

Não há razão para se negligenciar informação ao paciente. Ele pode e deve saber de tudo. Somente assim, teremos um sistema equilibrado, onde ambos, médico e paciente, podem discutir e decidir, em conjunto, qual o melhor caminho a ser tomado. Somente assim o paciente poderá questionar ao médico por que ele não tem acesso à droga X se o paciente Y, que possui a mesma doença, faz tratamento com ela. Somente assim poderemos tirar pacientes e profissionais da inércia e fazer o sistema evoluir.

O direito à saúde caminha lado a lado com o direito à informação. Em tempos de notícias falsas e de informações consumidas em whatsapp, as organizações da sociedade civil têm um papel importante de educação, de comunicação e de incentivo para que as pessoas que convivem com um adoecimento crônico se informem cada vez mais e busquem o tratamento mais adequado a elas.

Flávia Lima

A presença de profissionais de saúde em espaços de educação e de comunicação das organizações é fundamental. Promover palestras e discussões com médicos especialistas é, sem dúvida, possibilitar que o paciente tenha acesso a informações que, muitas vezes, não consegue ou não tem condições emocionais de buscar no momento das consultas nos hospitais.

Mas os pacientes também aprendem uns com os outros. A ABRAF conta com grupos de apoio espalhados pelo país. Nesses grupos, pacientes e familiares podem trocar experiências entre si. Essa partilha de vivências e de informações também contribuiu para que o paciente conheça mais a doença com a qual convive, tenha acesso a outras formas de cuidado que não as suas e, assim, se fortaleça para buscar ser mais bem assistido nos serviços de saúde.

Sabemos, no entanto, que a pulverização da informação somente gera efeito se o paciente souber usá-la. Questionar, estudar, assistir a aulas deve ser tarefa diária de todo paciente crônico. Entender que o seu papel, enquanto paciente, deve ser ativo e propositivo certamente trará benefícios não apenas à sua saúde, mas também ao sistema de saúde.


*Paula Menezes é Presidente da ABRAF e Flávia Lima é Líder da ABRAF em Brasília.

Damos valor à sua privacidade

Nós e os nossos parceiros armazenamos ou acedemos a informações dos dispositivos, tais como cookies, e processamos dados pessoais, tais como identificadores exclusivos e informações padrão enviadas pelos dispositivos, para as finalidades descritas abaixo. Poderá clicar para consentir o processamento por nossa parte e pela parte dos nossos parceiros para tais finalidades. Em alternativa, poderá clicar para recusar o consentimento, ou aceder a informações mais pormenorizadas e alterar as suas preferências antes de dar consentimento. As suas preferências serão aplicadas apenas a este website.

Cookies estritamente necessários

Estes cookies são necessários para que o website funcione e não podem ser desligados nos nossos sistemas. Normalmente, eles só são configurados em resposta a ações levadas a cabo por si e que correspondem a uma solicitação de serviços, tais como definir as suas preferências de privacidade, iniciar sessão ou preencher formulários. Pode configurar o seu navegador para bloquear ou alertá-lo(a) sobre esses cookies, mas algumas partes do website não funcionarão. Estes cookies não armazenam qualquer informação pessoal identificável.

Cookies de desempenho

Estes cookies permitem-nos contar visitas e fontes de tráfego, para que possamos medir e melhorar o desempenho do nosso website. Eles ajudam-nos a saber quais são as páginas mais e menos populares e a ver como os visitantes se movimentam pelo website. Todas as informações recolhidas por estes cookies são agregadas e, por conseguinte, anónimas. Se não permitir estes cookies, não saberemos quando visitou o nosso site.

Cookies de funcionalidade

Estes cookies permitem que o site forneça uma funcionalidade e personalização melhoradas. Podem ser estabelecidos por nós ou por fornecedores externos cujos serviços adicionámos às nossas páginas. Se não permitir estes cookies algumas destas funcionalidades, ou mesmo todas, podem não atuar corretamente.

Cookies de publicidade

Estes cookies podem ser estabelecidos através do nosso site pelos nossos parceiros de publicidade. Podem ser usados por essas empresas para construir um perfil sobre os seus interesses e mostrar-lhe anúncios relevantes em outros websites. Eles não armazenam diretamente informações pessoais, mas são baseados na identificação exclusiva do seu navegador e dispositivo de internet. Se não permitir estes cookies, terá menos publicidade direcionada.

Visite as nossas páginas de Políticas de privacidade e Termos e condições.

Importante: A Medicina S/A usa cookies para personalizar conteúdo e anúncios, para melhorar sua experiência em nosso site. Ao continuar, você aceitará o uso. Veja nossa Política de Privacidade.