Influenza volta a crescer e registra 19,1% de positividade
Dados da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) — que reúne empresas responsáveis por mais de 85% do volume de exames realizados na saúde suplementar — apontam que a Influenza voltou a crescer no país.
A tendência de alta começou na semana epidemiológica 32 (03 a 09 de agosto) e, na leitura mais recente, a taxa de positividade chegou a 19,1%, o maior índice registrado desde junho. Antes disso, o último pico havia sido de 15,8%, reforçando o alerta para a circulação intensa do vírus.
De acordo com o patologista clínico Alex Galoro, líder do Comitê Técnico de Análises Clínicas da Abramed, o comportamento atual está ligado sobretudo a fatores sazonais e à imunidade populacional diante das cepas em circulação.
“É um comportamento típico dos vírus respiratórios. Fatores sazonais e imunidade populacional exercem grande influência na retomada da Influenza após um período de baixa”, explica o especialista.
Alta na positividade reflete sazonalidade, não gravidade clínica
Apesar do avanço da positividade, o aumento não indica que os casos estejam mais sintomáticos ou graves.
“A taxa de positividade não permite avaliar aumento de casos sintomáticos; apenas mostra que, entre os testes realizados, há maior proporção de positivos — o que é típico da sazonalidade”, reforça Galoro.
A média móvel da positividade da última semana está em 14,2%, indicando circulação elevada e sustentada do vírus.
Diagnóstico diferencial entre Influenza e Covid-19 continua essencial
Com a presença simultânea de diferentes vírus respiratórios, Galoro destaca a importância do diagnóstico preciso tanto para medidas de prevenção quanto para a conduta clínica.
“O diagnóstico diferencial entre Influenza e Covid-19 segue fundamental. A testagem permite maior assertividade nas medidas de precaução, no monitoramento do tempo de transmissão e na indicação de antivirais e sintomáticos”, afirma.
Recomendações do especialista:
- Isolamento ou uso de máscara por sintomáticos ou positivos;
- Vacinação em dia, sobretudo em grupos de risco;
- Testagem rápida para orientar condutas e reduzir transmissão;
- Atenção dos laboratórios para fluxos internos, demanda por testes e comunicação com unidades de saúde.
Próximas semanas: tendência ainda incerta
“Quando um vírus entra em circulação, permanece ativo por um período influenciado pela imunidade da população — incluindo vacinação — e pelas condições climáticas. Em geral, dura ao menos de 4 a 5 semanas, mas não é possível definir com precisão”, explica Galoro.
O cenário reforça a necessidade de atenção de toda a cadeia da saúde para responder ao aumento da circulação viral no fim da primavera e início do verão.
Monitoramento
Os dados são compilados pela plataforma de inteligência METRICARE, desenvolvida e gerenciada pela Controllab, parceira da Abramed.
As associadas da Abramed também enviam resultados diretamente à Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS/DATASUS), contribuindo com o monitoramento epidemiológico conduzido pelo Ministério da Saúde. Essas informações são essenciais para compreender a progressão das doenças respiratórias no Brasil e embasar medidas de saúde pública.


