Importância da Saúde Suplementar para o Sistema de Saúde
Por Andréa Bergamini
A estrutura organizacional do sistema de saúde no Brasil é complexa e repleta de discussões que abarcam temas como os altos custos em procedimentos e aquisição de órteses, próteses e materiais especiais (OPMEs).
Segundo dados do Ministério da Saúde, o SUS atende a mais de 190 milhões de pessoas – 80% delas (mais de 150 milhões) dependem exclusivamente do serviço público para ter acesso a qualquer atendimento.
Devido a isso, o excesso de demandas e a busca pelos serviços de saúde acabam sobrecarregando o Sistema Único de Saúde (SUS) e gerando desigualdade no acesso integral.
É evidente o importante papel da Saúde Suplementar no equilíbrio e na evasão destas demandas. Por sua vez, a Saúde Suplementar auxilia na garantia do acesso da população ao plano de saúde e à assistência hospitalar em apoio às políticas públicas.
O Setor finalizou o ano de 2022 com 50,5 milhões de beneficiários em planos de assistência médica, ou seja, uma boa parcela da população utiliza planos de saúde para realizar procedimentos.
Ainda assim, entramos em um novo cenário, o da sinistralidade, situação em que os beneficiários acionam o auxílio médico somente quando ficam doentes – e não preventivamente – o que pode acarretar no reajuste das mensalidades para a compensação do aumento dos custos, em decorrência do grande número de solicitações.
Falar sobre sustentabilidade do setor não é fácil, mas existem algumas concordâncias entre os players da área.
A primeira é o incentivo à manutenção da qualidade de vida, com foco na saúde do beneficiário, visando diminuir a sinistralidade. Ainda assim, se isolada, é uma solução insuficiente, se comparada à complexidade da situação. Outro ponto, é a busca por um diálogo onde a qualidade do atendimento seja mantida, de modo que, a assistência em saúde seja realizada de forma assertiva, utilizando as melhores práticas de medicina baseada em evidências (MBE) visando com isso a sustentabilidade econômica do setor.
De qualquer forma, precisamos entender o impacto e a importância que a Saúde Suplementar tem perante a sociedade brasileira, e cabe a nós, como agentes no ecossistema do setor, pensarmos nos meios de reduzir a sinistralidade. Ao solucionarmos, serão 50 milhões de pessoas em atendimento de qualidade.
*Andréa Bergamini é Vice-presidente da AdviceHealth, mestre em Ciências da Saúde e Especialista em OPME.