Pesquisadora discute impactos em órfãos da pandemia
De acordo com o estudo “Global minimum estimates of children affected by COVID-19-associated orphanhood and deaths of caregivers: a modelling study“, publicado pela revista The Lancet, em julho, cerca de 113.150 crianças e adolescentes perderam a mãe, pai, ou ambos. Em outras palavras: a cada mil pessoas menores de 18 anos, 2,1 ficaram órfãs.
Esses e outros dados serão discutidos por Marcia Castro, Professora de Demografia e Chefe do Departamento de Saúde Global e População na Faculdade de Saúde Pública de Harvard, durante o IX Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância, que tem a proposta de mostrar como a pandemia afetou a vida de crianças no país inteiro, entre outros assuntos.
O coronavírus matou quase 600 mil pessoas no brasil. Além do elevado índice de mortalidade, a pandemia trouxe impactos secundários que afetam toda a sociedade, inclusive as crianças. “As consequências dessa orfandade são muitas. Indícios apontam que crianças que perdem cuidadores primários têm maior risco de sofrer problemas de saúde mental, violência física, emocional e sexual. Elas estão expostas a inúmeras vulnerabilidades”, comenta Castro.
O estudo também mostra que o índice de órfãos paternos é 3,4 vezes maior que o materno e que 17.213 mil crianças e adolescentes perderam avó, avô ou ambos.
O IX Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância é uma inciativa do Núcleo Ciência pela Infância (NCPI) e ocorre nos dias 6 e 7 de outubro. O evento é gratuito e tem como tema “A primeira infância na pandemia: perspectivas para a gestão pública no Brasil”. Mais informações sobre a programação em https://simposioncpi.com.br/ .