Estudo inédito revela que até 30% dos idosos convivem com disfagia

A disfagia é uma condição que afeta pessoas de todas as idades, desde recém-nascidos até idosos. É caracterizada como dificuldade na deglutição – seja de alimentos, líquidos, comprimidos ou até as próprias secreções, que pode comprometer significativamente a qualidade de vida e a saúde de quem sofre com esse problema. No cenário brasileiro, os dados epidemiológicos e a atuação de profissionais da otorrinolaringologia têm sido grandes aliados no diagnóstico precoce e no tratamento desse distúrbio, garantindo uma alimentação mais segura e prazerosa.

Segundo um estudo publicado no Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, a disfagia é uma condição que merece atenção devido à sua alta prevalência e às sérias complicações que pode acarretar, como desnutrição, desidratação, pneumonia por aspiração e, em casos graves, óbito. Estima-se que a prevalência de disfagia na população adulta varia entre 2,3% e 22% na população geral, subindo para 10–30% entre os idosos. Naqueles com idade entre 70 e 79 anos, cerca de 16% apresentam disfagia, percentual que atinge 33% nos super-idosos (a partir de 80 anos) que vivem de forma independente.

Em ambientes hospitalares, a prevalência chega a 36,5%, alcança 42,5% em unidades de reabilitação e 50,2% em instituições de longa permanência, refletindo o subdiagnóstico e o agravamento nos estágios pós-hospitalização. Além disso, a presença de disfagia em pacientes hospitalizados está associada ao prolongamento do tempo de internação, ao aumento dos custos hospitalares e a um risco de mortalidade 1,5 vez maior, configurando-se como indicador de mau prognóstico.

A disfagia é encontrada, principalmente, em pacientes que sofreram algum evento neurológico, como acidente vascular cerebral (AVC), ou que desenvolveram doenças neurodegenerativas, como demência e Alzheimer, resultando frequentemente em sequelas de deglutição. Esses pacientes ficam particularmente vulneráveis à pneumonia aspirativa, uma das principais causas de mortalidade nesse grupo.

A condição também está associada ao envelhecimento natural e pode ser prevenida ou amenizada com exercícios específicos e acompanhamento médico, o que ressalta a importância de diagnóstico e intervenção precoce. O Otorrinolaringologista é o primeiro profissional a ser procurado na suspeita de disfagia. Em conjunto com uma equipe multidisciplinar e multiprofissional, está apto a realizar o diagnóstico e manejar os cuidados dos pacientes com disfagia.

Para a médica otorrinolaringologista, Eliézia Alvarenga, membro da ABORL-CCF, professora do departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da UNIFESP, e uma das autoras do estudo, a avaliação clínica feita pelo otorrinolaringologista traz informações valiosas que, aliadas a outras especialidades, minimizam ou até mesmo cessam a patologia que está gerando a disfagia. Exames como a videoendoscopia da deglutição permitem observar com precisão o trajeto do alimento, identificando riscos de aspiração e orientando o planejamento terapêutico.

“A disfagia não é uma doença em si, mas um alerta de que algo não está funcionando corretamente no momento da alimentação e deglutição. Tosses e engasgos frequentes durante as refeições são sinais que precisam ser observados e levados ao especialista. Dessa forma, a intervenção precoce tem maiores chances de sucesso para garantir qualidade de vida e uma alimentação prazerosa”, finaliza Eliézia.

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