FBG lança Instituto Brasileiro para Estudo da Doença Celíaca
A Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) lançou o Instituto Brasileiro para Estudo da Doença Celíaca (IBREDOC), uma iniciativa inédita no país dedicada ao estudo, à produção científica e à educação médica continuada sobre a doença celíaca, condição autoimune e crônica que afeta cerca de 2 milhões de brasileiros. Com sede em São Paulo e atuação em todo o território nacional, o IBREDOC surge como um centro de referência multidisciplinar, reunindo gastroenterologistas e outros especialistas com o objetivo de fortalecer o diagnóstico, aprimorar a formação profissional e ampliar o debate público sobre a doença, ainda amplamente subdiagnosticada no Brasil.
A criação do Instituto representa o compromisso da FBG com a medicina baseada em evidências e com o avanço das práticas clínicas no país. “O IBREDOC surge para preencher uma lacuna importante na saúde pública brasileira. Nosso objetivo é oferecer suporte técnico, estimular pesquisas colaborativas e apoiar os profissionais da saúde no cuidado ao paciente celíaco”, afirma Áureo Delgado, presidente da FBG. Médicos e profissionais da saúde interessados já podem solicitar associação ao Instituto, que inicia suas atividades com foco na construção de diretrizes nacionais e no fomento a políticas públicas.
De acordo com a Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (Fenacelbra), estima-se que cerca de 1% da população mundial seja celíaca. No Brasil, o número de pessoas com a condição ultrapassa os dois milhões, a maior parte ainda sem diagnóstico. A doença, desencadeada pela ingestão de glúten, exige diagnóstico precoce e acompanhamento especializado. Segundo especialistas, o subdiagnóstico está ligado à baixa capacitação sobre a enfermidade em diferentes níveis de atenção à saúde, além da diversidade dos sintomas, muitas vezes confundidos com outras condições gastrointestinais.
Com o lançamento do IBREDOC, a Federação Brasileira de Gastroenterologia dá mais um passo na consolidação de uma rede de atenção qualificada, colaborativa e centrada no paciente. “Mais do que um espaço de pesquisa, o Instituto será um polo de transformação na forma como a doença celíaca é compreendida e tratada no Brasil. A ciência precisa estar mais próxima da realidade dos pacientes, e é isso que nos propomos a fazer com o IBREDOC”, conclui Delgado.